sábado, 24 de abril de 2010

A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!

João 6,60-69.
Depois de o ouvirem, muitos dos seus discípulos disseram: «Que palavras insuportaveis! Quem pode entender isto?» Mas Jesus, sabendo no seu íntimo que os seus discípulos murmuravam a respeito disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem subir para onde estava antes?
É o Espírito quem dá a vida; a carne não serve de nada: as palavras que vos disse são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não crêem.» De fato, Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam e também quem era aquele que o havia de entregar. E dizia: «Por isso é que Eu vos declarei que ninguém pode vir a mim, se isso não lhe for concedido pelo Pai.» A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram para trás e já não andavam com Ele. Então, Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! Por isso nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus.»

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São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja Carta 53 a Paulina «As palavras que vos disse são espírito e são vida»

Lemos as Sagradas Escrituras: em minha opinião, o Evangelho é o corpo de Jesus, as Sagradas Escrituras são a Sua doutrina. Sem dúvida que o texto «quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue» encontra toda a sua aplicação no mistério eucarístico; mas o verdadeiro corpo de Cristo e o Seu verdadeiro Sangue são também a palavra das Escrituras, a doutrina divina. Quando vamos receber os sagrados mistérios, se uma partícula cai ao chão, ficamos preocupados. Quando escutamos a palavra de Deus, se estamos a pensar noutra coisa enquanto ela nos entra pelos ouvidos, em que responsabilidade não incorremos!

Sendo a carne do Senhor verdadeiro alimento e o Seu Sangue verdadeira bebida, o nosso único bem é comer a Sua carne e beber o Seu sangue, não apenas no mistério eucarístico, mas também na leitura da Escritura.

Quem realmente come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna




João 6,52-59.
Então, os judeus, exaltados, puseram-se a discutir entre si, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?!» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os antepassados comeram, pois eles morreram; quem come mesmo deste pão viverá eternamente.» Isto foi o que Ele disse em Cafarnaúm, ao ensinar na sinagoga.


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Padre Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho Cartas do Padre Pio

«Quem realmente come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna»

- Padre, sinto-me tão indigno de comungar! Sou realmente indigno!- É verdade que não somos dignos de semelhante dom; mas uma coisa é participar deste alimento em pecado grave, outra coisa é não sermos dignos dele. Nenhum de nós é digno dele; mas é Jesus que nos convida, é Ele que deseja que O recebamos. Sejamos, pois, humildes e recebamo-Lo com o coração cheio de amor.- Padre, por que chora quando comunga?- Se a Igreja proclama «Não desdenhou tomar o seio da Virgem» ao falar da
encarnação do Verbo no seio da Imaculada, que dizer de nós, pecadores? Mas Cristo disse: «Se não comerdes mesmo a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós». Aproximemo-nos, pois, da mesa da comunhão com muito amor e com grande respeito. Que todo o nosso dia sirva, primeiro para nos prepararmos, depois para darmos graças por esse dom.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

1.200 jovens apresentam sua imagem para compor a do Papa



Um presente para Bento XVI dos organizadores da JMJ Madri 2011

Nos últimos dias, a atividade no perfil da Jornada Mundial da Juventude, no Facebook, esteve movimentada. A proposta era simples: enviar uma foto pessoal para fazer uma composição com uma imagem do Papa. O lema era: “Dar a cara pelo Papa”. Os jovens não tardaram em responder enviando suas imagens como presente a Bento XVI por seu aniversário.

“É como ver toda a Igreja com só um olhar”, “fico feliz em doar minha imagem pelo Papa”, comentaram Robin e Ignacio. No dia do aniversário do pontífice, foi publicado no site da JMJ uma imagem composta por 1.200 fotos que os jovens enviaram em menos de 48 horas.

A resposta dos usuários foi imediata, e o endereço para receber as imagens começou a se acumular com as fotos dos jovens, em todos os idiomas. Ursa, Warren e Noniek receberam em seu correio eletrônico um e-mail de resposta depois de enviar suas imagens. Uma só palavra: “Gracias!”. Apesar dos vários idiomas - esloveno, inglês e indonésio - entenderam esta palavra em espanhol. Suas imagens já estão na composição que foi feita em homenagem ao Papa.

Além disso, há algumas semanas, um loja de Oviedo, na Espanha, recebeu uma tarefa muito especial. Confeccionar bonés bordados com um logotipo, o da JMJ de Madri. As primeiras pessoas que usaram foram os 50 jovens que representaram a JMJ de Madrid na celebração do seu XXV aniversário, no dia 25 de março.

Pouco menos de uma semana depois, na Quarta-Feira Santa, o boné foi recebido pelo Santo Padre. O boné viajou de Madri a Roma na mala de Paula Rodríguez. Sua missão não era simples, tinha de conseguir entregar em mãos o boné comemorativo para o Papa.

Paula trabalha para a JMJ na área de Patrocínios. Seu trabalho consiste em conseguir que empresas e particulares financiem as despesas da JMJ de Madri. Está acostumada com desafios no trabalho, mas conseguiria entregar o boné ao Papa?

No Domingo de Ramos, Paula conseguiu ficar na primeira fila, nada fácil para uma celebração que acolheu pessoas dos cinco continentes. A Praça de São Pedro estava abarrotada de gente. Ela era mais uma entre milhares de pessoas. Depois de várias horas de espera, o Papa se aproximou em sua direção.

Dada a solenidade da cerimônia, Paula decidiu que seria melhor deixar o boné para entregar mais tarde. A ocasião se apresentaria alguns dias depois.

Na Quarta-Feira Santa, Bento XVI celebrou a audiência geral com os peregrinos, novamente na Praça de São Pedro. Paula novamente conseguiu ficar na primeira fila. E desta vez conseguiu. Falou com o Papa e lhe entregou o boné enquanto lhe explicava que era um símbolo comemorativo da próxima JMJ. “Ele pegou o boné, vestiu e olhou nos meus olhos dizendo ‘Ficou bom em mim?’, recorda Paula emocionada.

Depois de cumprir sua missão, Paula relembrava agradecida o que tinha acabado de passar: “foi muito carinhoso, foi verdadeiramente um pai, também emocionado comigo”.

Para ver a imagem do presente ao Papa

http://www.jmj2011madrid.com


(ZENIT.org)

Quem vem a mim não mais terá fome



João 6,35-40.
Respondeu-lhes Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede. Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes. Todos os que o Pai me dá virão a mim; e quem vier a mim Eu não o rejeitarei, porque desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia. Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.»


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Comentário ao Evangelho do dia feito por

Balduíno de Ford ( ? – c. 1190), abade cisterciense O Sacramento do altar, II, 3 (a partir da trad. SC 93, pp. 255s.)

«Eu sou o pão da vida»

Cristo diz «Quem vem a Mim não mais terá fome e quem crê em Mim jamais terá sede» [...]. E o salmista diz: «O pão, que lhe robustece as forças», e «o vinho, que alegra o coração do homem» (103, 15). Para os que crêem n'Ele, Cristo é alimento e bebida, pão e vinho. Pão que fortifica e robustece [...], bebida e vinho que alegra [...]. Tudo o que em nós é forte e sólido, jubiloso e alegre para cumprirmos os mandamentos de Deus, suportarmos o sofrimento, executarmos a obediência e defendermos a justiça, tudo isso é força deste pão e alegria deste vinho. Felizes os que agem com força e com alegria! E, dado que ninguém o pode fazer sozinho, felizes aqueles que avidamente desejam praticar o que é justo e honesto, e pôr em todas as coisas a força e a alegria dadas por Aquele que disse: «Felizes os que têm fome e sede de justiça» (Mt 5, 6). Se Cristo é o pão e a bebida que asseguram agora a força e a alegria dos justos, não o será Ele muito mais no céu, quando aos justos Se der por completo?

Notemo-lo, nas palavras de Cristo [...], este alimento que fica para a vida eterna é chamado «pão do céu», verdadeiro pão, pão de Deus, pão da vida. [...] Pão de Deus para o distinguir do pão que é feito e preparado pelo padeiro [...]; pão da vida, para o distinguir desse pão perecível que não é a vida nem a dá, apenas a conserva, com dificuldade e por algum tempo apenas. Este, pelo contrário, é a vida, dá a vida, conserva uma vida que nada deve à morte.

domingo, 18 de abril de 2010

O amor vence


"Onde não há amor, põe amor e colherás amor!" (São João da Cruz)


Tu me amas?




Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim:
Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.


Comentário ao Evangelho do dia feito por João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005 Homilia em Paris 30/05/80 (© Libreria Editrice Vaticana)

«Tu amas-Me?»


«Tu amas? [...] Tu amas-Me? [...]» Pedro havia de caminhar para sempre, até ao fim da sua vida, acompanhado por esta tripla pergunta: «Tu amas-Me?» E mediu todas as suas atividades de acordo com a resposta que então deu. Quando foi convocado perante o Sinédrio. Quando foi metido na prisão em Jerusalém, prisão donde não devia sair, e da qual contudo saiu. E [...] em Antioquia, e depois ainda mais longe, de Antioquia para Roma. E quando, em Roma, perseverou até ao fim dos seus dias, conheceu a força das palavras segundo as quais um Outro o conduziu para onde ele não queria. E sabia também que, graças à força dessas palavras, a Igreja «era assídua ao ensino dos apóstolos e à união fraterna, à fracão do pão e à oração» e que «o Senhor adicionava diariamente à comunidade os que seriam salvos» (At 2, 42.48). [...]

Pedro não pode nunca desligar-se desta pergunta: «Tu amas-Me?» Leva-a consigo para onde quer que vá. Leva-a através dos séculos, através das gerações. Para o meio de novos povos e de novas nações. Para o meio de línguas e de raças sempre novas. Leva-a sozinho, e contudo já não está só. Outros a levam com ele. [...] Houve e há muitos homens e mulheres que souberam e que sabem ainda hoje que as suas vidas têm valor e sentido exclusivamente na medida em que são é uma resposta a esta mesma pergunta: «Tu amas? Tu amas-Me?» Eles deram e dão a sua resposta de maneira total e perfeita – uma resposta heróica –, ou então de maneira comum, banal. Mas, em qualquer dos casos, sabem que a sua vida, que a vida humana em geral, tem valor e sentido graças a esta pergunta: «Tu amas?» É somente graças a esta pergunta que vale a pena viver.