sexta-feira, 18 de junho de 2010

Não acumuleis tesouros na terra



Mateus 6,19-23.

«Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado. Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas. Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia da Capadócia, Doutor da Igreja Homilia sobre a caridade: PG 31, 266-267; 275



Por que te atormentas e fazes tantos esforços para colocar a tua riqueza em segurança atrás de cimento e de tijolos? «Vale mais o bom nome que grandes riquezas» (Pr 22,1). Gostas do dinheiro por causa da consideração que te granjeia. Imagina só quanto maior será a tua fama se te puderem chamar pai e protector de milhares de crianças, em vez de guardares milhares de moedas de ouro em sacos. Quer queiras, quer não, um dia terás mesmo de deixar cá o eu dinheiro; pelo contrário, a glória de todo o bem que tiveres feito, levá-la-ás contigo à presença do supremo Mestre, enquanto todo um povo, defendendo-te insistentemente diante do juiz comum, te atribuirá nomes que dirão que o alimentaste, o assististe, que foste bom para ele.

Como deverias estar reconhecido, feliz e orgulhoso da honra que te é dada: não és tu que tens de ir importunar os outros à sua porta, são os outros que correm para a tua. Mas nesse momento ficas sombrio, tornas-te inacessível, evitas os encontros, com medo de teres de deixar um pouco daquilo que tão ciosamente guardas. E só dizes uma coisa: «Não tenho nada, não vos vou dar nada porque sou pobre.» És na realidade pobre, e pobre de todo o bem: pobre de amor, pobre de bondade, pobre de confiança em Deus, pobre de esperança eterna.


Assista um Belo Filme «Bella»

Assista um Belo Filme
«Bella» é uma história de amor sobre uma jovem grávida que perde o emprego, e um homem que está impossibilitado de se recuperar de um trágico acidente no seu passado. A amizade muda suas vidas e traz nova esperança aos dois.
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Bella é um filme dirigido por Alejandro Gomez Monteverde estrelado pelo ator mexicano Eduardo Verastegui e Tammy Blanchard. O filme mostra um dia em New York City e seu impacto na vida de José, um famoso jogador de futebol, e Nina, que está com uma gravidez indesejada e está no dilema quanto a abortar ou não sua filha.

Sinopse

Bella conta a história de uma jovem camareira solteira que vive na cidade de Nova York, que engravida, perde o emprego e luta contra a decisão de conservar ou não seu bebê. Enquanto isso, conhece um chef de cozinha latino , que sofreu uma tragédia no passado, e que representa talvez a única pessoa em sua vida que realmente cuida dela. Durante o desenvolver do filme a tomada de decisão(abortar ou não) mudará a vida de ambos.

Vaticano exalta a comédia 'Irmãos Cara de Pau'

CIDADE DO VATICANO - Jake e Elwood, os adoráveis e atrapalhados personagens vividos por John Belushi e Dan Aykroyd no clássico "Os Irmãos Cara de Pau" ("The Blues Brothers", 1980), finalmente receberam do Vaticano um reconhecimento da sua "missão divina."

Para marcar os 30 anos dessa comédia dirigida por John Landis, que virou "cult" e transformou chapéus pretos e óculos escuros em itens da moda para baladas, o jornal do Vaticano dedicou uma página inteira ao filme, com nada menos do que cinco artigos.

Um deles diz que "não faltam provas" que justifiquem que "Os Irmãos Cara de Pau" seja considerado um "filme católico".

O texto repassa o enredo do filme: libertado da prisão, Jake reencontra Elwood para juntos ressuscitarem sua banda de blues, a fim de arrecadar dinheiro para um orfanato ameaçado de despejo. Para o autor, a trama guarda paralelos com a passagem bíblica do filho pródigo.

Jake e Elwood - que dizem ter uma "missão divina" de pagar os impostos atrasados do orfanato, evitando o despejo - seriam, portanto, símbolos da "redenção obtida com sacrifício".

"Este é um filme memorável e, a julgar pelos fatos, católico", disse o jornal.

Jornal O GLOBO

Ficha Limpa no Brasil, aplicação criteriosa e nova mentalidade

Arcebispo do Rio de Janeiro sublinha grande contribuição da Igreja Católica
RIO DE JANEIRO, quinta-feira, 17 de julho de 2010– Além da “aplicação criteriosa” da Lei da Ficha Limpa já nas eleições deste ano no Brasil, o importante é “a nova mentalidade que nasce com a participação do povo assinando o ‘projeto de lei popular’ e a discussão do assunto específico”, afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

A “Campanha Ficha Limpa” foi lançada nacionalmente durante a Assembleia da CNBB, em abril de 2008. Sempre com o apoio da Igreja Católica, tem o objetivo de provocar a melhoria do perfil dos candidatos e candidatas a cargos eletivos do país, tornando mais rígidos os critérios de inelegibilidades, ou seja, de quem não pode se candidatar.

Dom Orani explica – em artigo enviado a ZENIT hoje – que, ao apoiar o projeto de lei de iniciativa popular, a Igreja demonstra que sua missão “não pode prescindir das questões da vida humana em todas as suas realidades”.

“Uma realidade das mais importantes na sociedade é a política. Amar o próximo é também querer um país mais justo, fraterno e solidário”, diz o bispo.

O arcebispo recorda que a lei da Ficha Limpa “veicula a proibição de concorrer a cargos eletivos candidatos condenados em primeira ou única instância ou que tiverem contra si denúncia recebida por órgão judicial colegiado pela prática de diversos crimes, como abuso de poder econômico ou político; racismo; tortura; tráfico de drogas; terrorismo (...)”, entre outros delitos graves.

A expectativa da aplicação da nova lei “é, portanto, bastante grande, sobretudo considerando-se os enormes esforços que foram empreendidos para a sua aprovação, notadamente os de nossa Igreja, cuja participação foi inquestionavelmente decisiva ao longo de todo o processo, e sem a qual o mesmo não teria chegado a bom termo”.

Dom Orani diz esperar que os eleitores “votem em homens que tenham compromisso com a causa pública. Homens de ficha limpa e compromissados com a ética pública e com a edificação de uma sociedade mais justa, igualitária e com acesso à educação, saúde e renda”.

Segundo o arcebispo, deve-se observar, com o projeto Ficha Limpa, a “grande contribuição da Igreja Católica e de seus fiéis, ao nascimento de um novo cenário político nacional”.

“Está nas mãos da sociedade brasileira mais um instrumento importante para um futuro melhor para o nosso país”, afirma.


(ZENIT.org)



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Rezai, pois, assim: "Pai nosso".


Mateus 6,7-15.
Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.» «Rezai, pois, assim:'Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoámos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do Mal.’ Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI] Der Gott Jesu Christi (a partir da trad. Le Dieu de Jésus Christ, Fayard 1977, p.29)

«Rezai, pois, assim: "Pai nosso".»

Sem Jesus, não sabemos verdadeiramente o que é um «Pai». Foi na oração de Jesus que isto se tornou claro, e esta oração pertence-Lhe intrinsecamente. Um Jesus que não estivesse perpetuamente mergulhado no Pai, que não estivesse em permanente comunicação íntima com Ele, seria um ser totalmente diferente do Jesus da Bíblia e do verdadeiro Jesus da história. A Sua vida parte do núcleo da oração; foi a partir dela que Ele compreendeu Deus, o mundo e os homens. [...]

Surge então outra questão: essa comunicação [...] será também essencial ao Pai que Ele invoca, de tal sorte que também Ele seria diferente se não fosse invocado com este nome? Ou será algo que O aflora, sem Nele penetrar? A resposta é a seguinte: pertence ao Pai dizer «Filho» como pertence a Jesus dizer «Pai». Sem esta invocação, também Ele não seria o que é. Jesus não tem apenas um contacto exterior a Ele; enquanto Filho, Jesus é parte integrante do ser divino de Deus. Antes mesmo de o mundo ter sido criado, Deus já é amor do Pai e do Filho. E, se pode ser nosso Pai e a medida de toda a paternidade, é porque é Pai desde toda a eternidade. Assim, pois, na oração de Jesus é a interioridade do próprio Deus que se torna visível; nós vemos como é Deus. A fé no Deus trinitário não é senão a explicação daquilo que se passa na oração de Jesus. Nesta oração, a Trindade surge com toda a Sua clareza. [...]

Ser cristão significa então participar na oração de Jesus, entrar no Seu modelo de vida, ou seja, no Seu modelo de oração. Ser cristão significa dizer «Pai» com Ele e, desse modo, tornar-se filho de Deus – Deus –, na unidade do Espírito que nos faz ser o que somos, e por isso nos agrega à unidade de Deus. Ser cristão significa olhar o mundo a partir deste núcleo e, através dele, ser livre, cheio de esperança, decidido e confiante.

Tomás de Aquino, defensor da razão humana


Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de junho de 2010.- Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje eu gostaria de continuar a apresentação de São Tomás de Aquino, um teólogo de tal valor que o estudo do seu pensamento foi explicitamente recomendado pelo Concílio Vaticano II em dois documentos, o decreto Optatam totius, sobre a formação para o sacerdócio, e a declaração Gravissimum educationis, que trata sobre a educação cristã. No demais, já em 1880, o Papa Leão XIII, grande admirador seu e promotor de estudos tomistas, quis declarar São Tomás como padroeiro das escolas e das universidades católicas.

O principal motivo desse apreço reside não somente no conteúdo do seu ensinamento, mas também no método adotado por ele, sobretudo a nova síntese e distinção entre filosofia e teologia. Os Padres da Igreja se encontravam diante de diversas filosofias de tipo platônico, nas quais se apresentava uma visão completa do mundo e da vida, incluindo a questão de Deus e da religião. Na confrontação com estas ideologias, eles mesmos haviam elaborado uma visão completa da realidade, partindo da fé e usando elementos do platonismo, para responder a questões essenciais dos homens. Esta visão, baseada na revelação bíblica e elaborada com um platonismo corrigido à luz da fé, eles chamam de "nossa filosofia".

A palavra "filosofia" não era, portanto, expressão de um sistema puramente racional e, como tal, diferente da fé, mas indicava uma visão completa da realidade, construída à luz da fé, mas feita e pensada pela razão; uma visão que, certamente, ia muito além das capacidades próprias da razão, mas que, como tal, era também satisfatória para ela. Para São Tomás, o encontro com a filosofia pré-cristã de Aristóteles (que morreu por volta de 322 a.C.) abria uma perspectiva nova. A filosofia aristotélica era, obviamente, uma filosofia elaborada sem conhecimento do Antigo e do Novo Testamentos, uma explicação do mundo sem revelação, pela simples razão. E esta racionalidade conseguinte era convincente. Assim, a velha forma da "nossa filosofia" dos Padres já não funcionava. A relação entre filosofia e teologia, entre fé e razão, precisava ser repensada.

Existia uma "filosofia" completa e convincente em si mesma, uma racionalidade que precedia a fé e depois a "teologia", um pensar com a fé na fé. A questão urgente era esta: o mundo da racionalidade, a filosofia pensada sem Cristo e o mundo da fé são compatíveis? Ou se excluem? Não faltavam elementos que afirmavam a incompatibilidade entre os dois mundos, mas São Tomás estava firmemente convencido da sua compatibilidade; mais ainda, estava convencido de que a filosofia elaborada sem conhecimento de Cristo quase esperava a luz de Jesus para ser completa. Esta foi a grande "surpresa" de São Tomás, que determinou seu caminho de pensador. Mostrar essa independência entre filosofia e teologia e, ao mesmo tempo, sua recíproca racionalidade, foi a missão histórica do grande mestre. E assim se entende que, no século XIX, quando se declarava fortemente a incompatibilidade entre razão moderna e fé, o Papa Leão XIII indicasse São Tomás como guia no diálogo entre uma e outra. Em seu trabalho teológico, São Tomás supõe e concretiza essa racionalidade. A fé consolida, integra e ilumina o patrimônio de verdade que a razão humana adquire. A confiança que São Tomás outorga a estes dois instrumentos do conhecimento - a fé e a razão - pode ser reconduzida à convicção de que ambas procedem de uma única fonte de verdade, o Logos divino, que opera tanto no âmbito da criação como no da redenção.

Junto com o acordo entre razão e fé, deve-se reconhecer, por outro lado, que estas se valem de procedimentos cognoscitivos diferentes. A razão acolhe uma verdade em virtude da sua evidência intrínseca, mediata ou imediata; a fé, no entanto, aceita uma verdade com base na autoridade da Palavra de Deus que se revela. São Tomás escreve no começo da sua Summa Theologiae: "Cumpre saber que há dois gêneros de ciências. Umas partem de princípios conhecidos à luz natural do intelecto, como a aritmética, a geometria e semelhantes. Outras provêm de princípios conhecidos por ciência superior: como a perspectiva, de princípios explicados na geometria, e a música, de princípios aritméticos. E deste modo é ciência a doutrina sagrada, pois deriva de princípios conhecidos à luz duma ciência superior, a saber: a de Deus e dos santos" (I, q. 1, a. 2).

Esta distinção assegura a autonomia tanto das ciências humanas como das ciências teológicas. Esta, no entanto, não equivale à separação, e sim implica em uma colaboração recíproca e vantajosa. A fé, de fato, protege a razão de toda tentação de desconfiança em suas próprias capacidades, estimula-a a abrir-se a horizontes cada vez mais amplos, tem viva nela a busca dos fundamentos e, quando a própria razão se aplica à esfera sobrenatural da relação entre Deus e o homem, enriquece seu trabalho. Segundo São Tomás, por exemplo, a razão humana pode com certeza chegar à afirmação da existência de um só Deus, mas somente a fé, que acolhe a Revelação divina, é capaz de chegar ao mistério do amor de Deus uno e trino.

Por outro lado, não é somente a fé que ajuda a razão. Também a razão, com seus meios, pode fazer algo importante pela fé, prestando-lhe um triplo serviço que São Tomás resume no prólogo do seu comentário ao De Trinitate, de Boécio: "Demonstrar os fundamentos da fé: explicar mediante similitudes as verdades da fé; rejeitar as objeções que se levantam contra a fé" (q. 2, a. 2). Toda a história da teologia é, no fundo, o exercício deste empenho da inteligência, que mostra a inteligibilidade da fé, sua articulação e harmonia internas, sua racionabilidade e sua capacidade de promover o bem do homem. A correção dos raciocínios teológicos e seu significado cognoscitivo real se baseiam no valor da linguagem teológica, que é, segundo São Tomás, principalmente uma linguagem analógica. A distância entre Deus, o Criador, o ser de suas criaturas é infinita; a dissimilitude é sempre maior que a similitude (cf. DS 806). Apesar disso, em toda a diferença entre Criador e criatura, existe uma analogia entre o ser do criado e o ser do Criador, que nos permite falar com palavras humanas sobre Deus.

São Tomás fundou a doutrina da analogia, além das suas argumentações profundamente filosóficas, também no fato de que, com a Revelação, o próprio Deus nos falou e nos autorizou a falar d'Ele. Considero importante recordar esta doutrina. Ela, de fato, nos ajuda a superar algumas objeções do ateísmo contemporâneo, que nega que a linguagem religiosa esteja provista de um significado objetivo e sustenta, no entanto, que tem um valor subjetivo ou simplesmente emotivo. Esta objeção nasce do fato de que o pensamento positivista está convencido de que o homem não conhece o ser, mas somente as funções experimentais da realidade. Com São Tomás e com a grande tradição filosófica, nós estamos convencidos de que, na verdade, o homem não conhece somente as funções, objeto das ciências naturais, mas conhece algo do próprio ser - por exemplo, conhece a pessoa, o "tu" do outro, e não somente o aspecto físico e biológico do seu ser.

À luz deste ensinamento de São Tomás, a teologia afirma que, ainda sendo limitada, a linguagem religiosa está dotada de sentido - porque tocamos o ser -, como uma flecha que se dirige à realidade que significa. Este acordo fundamental entre razão humana e fé cristã é visto em outro princípio fundamental do pensamento do Aquinate: a graça divina não anula, mas sim supõe e aperfeiçoa a natureza humana. Esta última, de fato, inclusive depois do pecado, não está completamente corrompida, mas ferida e enfraquecida. A graça, dada por Deus e comunicada por meio do mistério do Verbo encarnado, é um dom absolutamente gratuito, com o qual a natureza é curada, potenciada e ajudada a buscar o desejo inato no coração de cada homem e de cada mulher: a felicidade. Todas as faculdades do ser humano são purificadas, transformadas e elevadas pela graça divina.

Uma importante aplicação desta relação entre a natureza e a graça é descoberta na teologia moral de São Tomás de Aquino, que é de grande atualidade. No centro do seu ensinamento neste campo, ele coloca a lei nova, que é a lei do Espírito Santo. Com um olhar profundamente evangélico, insiste no fato de que esta lei é a graça do Espírito Santo dada àqueles que creem em Cristo. A esta graça se une o ensinamento escrito e oral das verdades doutrinais e morais, transmitidas pela Igreja. São Tomás, sublinhando o papel fundamental, na vida moral, da ação do Espírito Santo, da Graça, da qual brotam as virtudes teologais e morais, ajuda a compreender que todo cristão pode alcançar as altas perspectivas do "Sermão da Montanha" se viver uma relação autêntica de fé em Cristo, se se abrir à ação do seu Santo Espírito. Mas - acrescenta o Aquinate -, "ainda que a graça seja mais eficaz que a natureza, contudo, a natureza é mais essencial para o homem" (Summa Theologiae, Ia, q. 29, a. 3); por isso, na perspectiva moral cristã, há um lugar para a razão, a qual é capaz de discernir a lei moral natural. A razão pode reconhecê-la considerando o que é bom fazer e o que é bom evitar para alcançar essa felicidade que está no coração de cada um e que implica também em uma responsabilidade com relação aos demais e, por conseguinte, à busca do bem comum. Em outras palavras, as virtudes do homem, teologais e morais, estão arraigadas na natureza humana. A graça divina acompanha, sustenta e conduz o compromisso ético, mas, em si mesmos, segundo São Tomás, todos os homens, crentes ou não, estão chamados a reconhecer as exigências da natureza humana expressas na lei natural e a inspirar-se nela na formulação de leis positivas, isto é, as formuladas pelas autoridades civis e políticas para regular a convivência humana.

Quando a lei natural e a responsabilidade que esta implica se negam, abre-se dramaticamente o caminho ao relativismo ético no âmbito individual e ao totalitarismo do Estado no âmbito político. A defesa dos direitos universais do homem e a afirmação do valor absoluto da dignidade da pessoa postulam um fundamento. Não é precisamente a lei natural este fundamento, com os valores não-negociáveis que ela indica? O venerável João Paulo II escrevia em sua encíclica Evangelium vitae palavras que continuam sendo de grande atualidade: "Para bem do futuro da sociedade e do progresso de uma sã democracia, urge, pois, redescobrir a existência de valores humanos e morais essenciais e congênitos, que derivam da própria verdade do ser humano, e exprimem e tutelam a dignidade da pessoa: valores que nenhum indivíduo, nenhuma maioria e nenhum Estado poderá jamais criar, modificar ou destruir, mas apenas os deverá reconhecer, respeitar e promover" (n. 71).

Em conclusão, Tomás nos propõe um conceito da razão humana amplo e confiado: amplo porque não está limitado aos espaços da chamada razão empírico-científica, mas aberto a todo o ser e, portanto, também às questões fundamentais e irrenunciáveis do viver humano; e confiado porque a razão humana, sobretudo quando acolhe as inspirações da fé cristã, promove uma civilização que reconhece a dignidade da pessoa, a intangibilidade dos seus direitos e a força dos seus deveres. Não surpreende que a doutrina sobre a dignidade da pessoa, fundamental para o reconhecimento da inviolabilidade dos direitos do homem, tenha amadurecido em ambientes de pensamento que recolheram a herança de São Tomás de Aquino, que tinha um conceito altíssimo da criatura humana. Ele a definiu, com sua linguagem rigorosamente filosófica, como "o mais perfeito que existe em toda a natureza, isto é, um sujeito subsistente em uma natureza racional" (Summa Theologiae, Ia, q. 29, a. 3).

A profundidade do pensamento de São Tomás de Aquino brota - não nos esqueçamos disso jamais - da sua fé viva e da sua piedade fervorosa, que ele expressava em orações inspiradas, como esta, na qual pede a Deus: "Concedei-me, eu vos peço, uma vontade que vos busque, uma sabedoria que vos encontre, uma vida que vos agrade, uma perseverança que vos espere com confiança e uma confiança que no final chegue a possuir-te".

[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]

Queridos irmãos e irmãs:
A confiança que São Tomás de Aquino deposita nos dois instrumentos do nosso conhecimento - a fé e a razão -, assenta na convicção de que ambas provêm da mesma e única fonte da verdade, o Verbo divino, que age tanto no âmbito da criação como no da redenção. Este acordo fundamental entre razão humana e fé cristã transparece ainda noutro princípio basilar do seu pensamento: a Graça divina não anula, mas supõe e aperfeiçoa a natureza humana. Esta, com o pecado, não ficou totalmente corrompida, mas apenas ferida e debilitada. Com a Graça, a natureza é curada, fortalecida e ajudada a alcançar a felicidade, que é o anseio natural de toda a pessoa humana. São Tomás propõe-nos um conceito amplo da razão humana, porque não se limita aos espaços da chamada razão empírico-científica, mas abre-se a todo o ser e às questões fundamentais e irrenunciáveis do viver humano.

Saúdo cordialmente todos os peregrinos lusófonos, em particular os brasileiros da paróquia São Vicente Mártir de Porto Alegre e os irmãos da Misericórdia de Maringá, como também os professores e alunos portugueses do Centro Cultural Sénior de Braga, para todos implorando uma vontade que procure a Deus, uma sabedoria que O encontre, uma vida que Lhe agrade, uma perseverança que por Ele espere e a confiança de chegar a possuí-Lo. São os meus votos e também a minha bênção.

[Tradução: Aline Banchieri

©Libreria Editrice Vaticana]
(ZENIT.org)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Reza em segredo a teu Pai



Mateus 6,1-6.16-18.

«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu. Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.» «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te. «E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João da Cruz (1542-1591), Carmelita, Doutor da Igreja Cântico Espiritual B,1, 8-9 (Obras completas, Edições Carmelo, 2005, pp. 550-551)

«Reza em segredo a teu Pai»

Então, ó alma, o que é que desejas e procuras fora de ti, se é em ti que estão as tuas riquezas, as tuas delícias, a tua consolação, a tua riqueza e o teu reino, ou seja, o teu Amado, que a tua alma tanto deseja e procura! [...] Só precisas de saber uma coisa: embora esteja dentro de ti, está escondido. [...]Mas também perguntas: «Então, se Aquele que a minha alma ama está em mim, porque é que não O encontro nem sinto?» A razão disso é que Ele está escondido, e tu não te escondes para O encontrar e sentir. Quem quiser encontrar uma coisa escondida há-de penetrar escondido no lugar onde ela está escondida; ao encontrá-la, fica tão escondido como ela. Portanto, uma vez que o teu Amado é o tesouro escondido no campo da tua alma, pelo qual o sábio comerciante entregou tudo (Mt13,44), convirá que tu, para O encontrar, esquecidas todas as tuas coisas e alheando-te de todas as criaturas, te escondas no teu refúgio interior do espírito.Fechando atrás de ti a porta, isto é, a tua vontade a todas as coisas, ores a teu pai em segredo (Mt 6, 6). E ficando assim escondida com Ele, senti-lo-ás no escondido, amá-Lo-ás e possui-Lo-ás no escondido, e escondidamente te deleitarás com Ele, mais do que aquilo que a língua e os sentidos podem alcançar.


terça-feira, 15 de junho de 2010

Sol se levante sobre os bons e os maus


Mateus 5,43-48.
«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? E, se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por Gregório de Narek (c. 994- c. 1010), monge e poeta arménio Livro de orações, nº 74 (a partir da trad. SC 78, p. 389)

«Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai [...], pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»


Muitas são as minhas faltas e inumeráveis, Contudo, não tão espantosas como a Tua misericórdia.

Múltiplos são os meus pecados, Mas sempre pequenos, comparados com o teu perdão. [...]

Que efeito poderá ter um pouco de trevas Sobre a Tua luz divina?

Como pode uma pequena obscuridade rivalizar Com os Teus raios, Tu que és grande!

Como pode a concupiscência do meu corpo frágil Ser comparada com a Paixão da Tua cruz?

O que parecerão aos olhos da Tua bondade, ò Todo-Poderoso, Os pecados de todo o universo?

Eis que eles são [...] como bolha de água Que, pela queda da Tua chuva abundante, Desaparece imediatamente. [...]

És Tu que dás o sol aos maus e aos bons, E fazes chover para todos indistintamente.

Para uns a paz é grande por causa da espera da recompensa; [...] Mas àqueles que preferiram a terra,
Tu perdoas por misericórdia: Dás-lhes um remédio de vida como aos primeiros; E esperas sempre o seu regresso a Ti.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

«Dá-lhe também a capa»



Mateus 5,38-42.
«Ouvistes o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, digo-vos: Não oponhais resistência ao mau. Mas, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém quiser litigar contigo para te tirar a túnica, dá-lhe também a capa. E se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, caminha com ele duas. Dá-a quem te pede e não voltes as costas a quem te pedir emprestado.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, Doutora da Igreja Poemas «Viver de amor» e «Por que te amo, Maria» (trad. a partir de OC, Cerf DDB 1996, p. 668)

«Dá-lhe também a capa»

Viver do Amor é dar sem olhar Sem neste mundo exigir um salário. Ah! Eu dou sem contar, pois sei que quem ama é perdulário! Ao Coração Divino, que transborda ternura, Dei tudo. [...] Corro os meus dias ligeira, sem dor nem fraqueza Nada mais tendo que esta minha riqueza: Viver do Amor.

Viver do Amor é banir o temor, Riscando a lembrança dos erros passados. De meus pecados não vejo nem cor, Com amor inflamante foram perdoados! Ó doce fornalha, ó divina chama, Morada que elejo com todo o fulgor, Canto em teu fogo, e sou eu quem clama (cf Dn 3, 51): «Vivo de Amor!» [...]

«Viver do Amor, que estranha loucura!» O mundo me diz «Cessai de cantar!» «Que os perfumes e a vida futura «Com utilidade os deveis empregar!» Amar-Te, Jesus, se é perda, é ganho fecundo! Para sempre são Teus meus perfumes, Senhor, Quero cantar ao deixar este mundo: «Morro de Amor !»

Amar é dar tudo e dar-se a si mesmo.

domingo, 13 de junho de 2010

Santo António de Lisboa Santo António de Lisboa




Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou.

Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália.

Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.

A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias.

Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX.

A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular.

Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada.


A tua fé te salvou. Vai em paz


Lucas 7,36-50.8,1-3.
Um fariseu convidou-o para comer consigo. Entrou em casa do fariseu, e pôs-se à mesa. Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro com perfume. Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume. Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!» Então, Jesus disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa para te dizer.» «Fala, Mestre» respondeu ele. «Um prestamista tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?» Simão respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus disse-lhe: «Julgaste bem.» E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou-me os pés com as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste um ósculo; mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. Por isso, digo-te que lhe são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa pouco ama.» Depois, disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados.» Começaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que até perdoa os pecados?» E Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz.» Em seguida, Jesus ia de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Ambrósio (c. 340-397), Bispo de Milão e Doutor da Igreja A Penitência, II, 8 (a partir da trad. SC 179, p. 175)

«A tua fé te salvou. Vai em paz»

«Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes» (Mt 9, 12). Mostra portanto ao médico o teu ferimento, para que possas ser curado. Mesmo que não Lho mostres, ele conhece-o, mas exige de ti que Lhe faças ouvir a tua voz. Limpa as tuas chagas com as tuas lágrimas. Foi assim que esta mulher de que o Evangelho fala se libertou do seu pecado e do mau odor do seu desregramento; foi assim que ela se purificou dos seus erros, lavando os pés de Jesus com as suas lágrimas.

Possas Tu, Jesus, reservar-me também o cuidado de Te lavar os pés, que sujaste quando caminhavas em mim! [...] Mas onde encontrarei a água viva com a qual Te possa lavar os pés? Se não tiver água, tenho as minhas lágrimas. Faz com que, ao lavar-Te os pés com elas, eu possa purificar-me! Como fazer de maneira a que digas de mim: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou»? Confesso que a minha dívida é grande e que me foi «perdoado demasiado», a mim que fui arrancado ao ruído das altercações da praça pública e às responsabilidades da governação para ser chamado ao sacerdócio. Temo por isso ser considerado um ingrato se amar menos, quando fui tão perdoado.

Não posso comparar com qualquer um esta mulher que foi justamente preferida ao fariseu Simão, que convidara o Senhor para almoçar. No entanto, a todos aqueles que querem merecer o perdão, ela oferece um ensinamento ao beijar os pés de Cristo, ao lavá-los com as suas lágrimas, ao secá-los com os seus cabelos, ao ungi-los com perfume. [...] Se não pudermos igualá-la, Jesus sabe vir em auxílio dos fracos. Onde não houver ninguém que saiba preparar uma refeição, trazer perfume, trazer consigo uma fonte de água viva, (Jo 4, 10), Ele próprio vem.