sábado, 26 de junho de 2010



Mateus 8,5-17.
Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: 'Vai’, e ele vai; a outro: 'Vem’, e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto’, e ele faz.» Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.» Disse, então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado. Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo. Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja Homilias sobre São Mateus, 27,1 (a partir da trad. Véricel, l'Evangile commenté, p. 98)

«Ele curou muitos doentes»

«Ao entardecer, apresentaram-Lhe muitos possessos; e Ele, com a Sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes». Vês como a fé da multidão crescia pouco a pouco? Apesar da hora avançada, não quiseram deixar o Senhor; pensaram que a tarde permitia trazer-Lhe os doentes. Imagina o número de curas que os evangelistas não relataram; não as contam todas, uma a uma, mas numa só frase fazem-nos ver um oceano infinito de milagres. Para que a grandeza do prodígio não nos provoque a incredulidade, para que não fiquemos perturbados com o pensamento de uma tal multidão ferida de males tão diversos e curada num instante, o evangelho traz o testemunho do profeta, tão extraordinário e tão surpreendente como os próprios factos: «Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores» (53, 4). Não diz: «Ele destruiu», mas: «Ele tomou» e «Ele carregou», frisando assim, no meu entender, que o profeta fala mais do pecado que dos males do corpo, o que está em conformidade com a palavra de João Baptista: «Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o pecado do mundo» (Jo 1, 29).

Ficha Limpa, 90% de contribuição da Igreja Católica


Presidente da CNBB agradece participação dos católicos na nova lei
BRASÍLIA, sexta-feira, 25 de junho de 2010– O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Geraldo Lyrio Rocha, agradeceu os católicos pela grande participação no processo que resultou na Lei Ficha Limpa, norma que torna inelegíveis já nas eleições deste ano políticos condenados em decisão colegiada.

Em coletiva de imprensa nessa quinta-feira na sede da CNBB em Brasília, Dom Geraldo Lyrio destacou a ação da Igreja no Brasil, que contribuiu com 1,6 milhão de assinaturas para a aprovação da lei de iniciativa popular.

“A ação da Igreja Católica foi indispensável para a aprovação da Lei Ficha Limpa, pois contribuímos desde as comunidades até as paróquias e dioceses, o que em números significa 90% da contribuição, dados que nos orgulham muito”, disse o presidente da CNBB.

Dom Geraldo afirmou que a Igreja vai acompanhar o trabalho dos Tribunais, mas que agora está nas mãos da Justiça determinar quem está apto ou não para disputar o pleito.

“Ficha Limpa não é mais uma campanha, mas uma lei que agora está nas mãos da Justiça. A CNBB através da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), no entanto, vai continuar acompanhando os trabalhos dos Tribunais, que com certeza serão exercidos com grande competência”, disse.

Sobre as eleições deste ano no Brasil, o prelado afirmou a Igreja espera “uma corrida eleitoral justa e democrática, com respeito ao diferente e à diversidade de nosso país. Ao eleitor, pedimos que avalie bem os candidatos e lembramos que o processo eleitoral não termina ao confirmar o voto, mas continua ao longo dos mandatos”.

Em outubro, os brasileiros vão às urnas para eleger o presidente da República (e o vice), governadores dos Estados e do Distrito Federal (e seus vices), 54 senadores (dois em cada Unidade da Federação), deputados federais e estaduais.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Brasil X Portugal


Brasil e Portugal se enfrentam nesta sexta-feira na cidade sul-africana

LISBOA, quinta-feira, 24 de junho de 2010 – O jogo entre Portugal e Brasil pela Copa do Mundo nesta sexta-feira em Durban é um ingrediente a mais na festa dos sul-africanos, turistas e emigrantes que vivem na África do Sul.

O emigrante português José Carvalho, que vive com sua família em Durban desde 1974, conversou com Agência Ecclesia sobre o ambiente “muito positivo” em que decorre o Mundial de Futebol. Trata-se de “uma festa, mais do que uma competição”, disse.

“Cheguei a ir ver um jogo, Holanda-Japão, em que apesar da derrota, os adeptos japoneses celebravam com os holandeses”, relata.

José Carvalho lembrou o bom acolhimento que recebeu dos sul-africanos, quando se mudou para Durban ainda nos anos 70. A barreira da língua foi minimizada pela hospitalidade e pelo carinho das pessoas.

Em Durban há sinais da ligação histórica com Portugal, como por exemplo uma estátua de homenagem a Bartolomeu Dias, navegador que circundou o Cabo da Boa Esperança em 1488. Depois foi a vez de Vasco da Gama aportar na região, a 25 de dezembro de 1497, dando-lhe o nome de Rio de Natal. O nome pelo qual a cidade é hoje conhecida só foi atribuído em 1835.

Portugal joga nesta sexta-feira contra o Brasil. É o último jogo dos dois times na fase de grupos da Copa do Mundo. A partida é aguardada com grande expectativa pela comunidade portuguesa local.

“O jogo é um tema que domina todas as conversas, não só dos portugueses”, afirma José Carvalho, descrevendo a ansiedade das pessoas, no trabalho e nas ruas, “onde só se veem bandeiras de Portugal e do Brasil à venda”.

Portugal terá um grande apoio nesta sexta-feira. De acordo com o presidente do Clube Português de Durban, deverão assistir à partida, no Estádio Moses Mabhida, mais de 30 mil portugueses.


(ZENIT.org)


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Seremos reconhecidos pelos frutos Parte II


Lucas 1,57-66.80.
Entretanto, chegou o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes, sabendo que o Senhor manifestara nela a sua misericórdia, rejubilaram com ela. Ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não; há-de chamar se João.» Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome.» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Pedindo uma placa, o pai escreveu: «O seu nome é João.» E todos se admiraram. Imediatamente a sua boca abriu-se, a língua desprendeu-se-lhe e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos, e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles fatos. Quantos os ouviam retinham-nos na memória e diziam para si próprios: «Quem virá a ser este menino?» Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. Entretanto, o menino crescia, o seu espírito robustecia-se, e vivia em
lugares desertos, até ao dia da sua apresentação a Israel.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Inácio de Antioquia (? - c. 110), bispo e mártir Carta aos Efésios, 13-15

Seremos reconhecidos pelos frutos

O nascimento de João o Baptista está repleto de milagres. Um arcanjo anunciou a vinda de Nosso Senhor e Salvador, Jesus; igualmente, um arcanjo anuncia o nascimento de João (Lc 1, 13) e diz: «será cheio do Espírito Santo já desde o ventre da sua mãe» (Lc 1, 16). O povo judaico não via que Nosso Senhor realizava «milagres e prodígios» e curava muitas doenças, mas João exulta de alegria estando ainda no seio materno; não se consegue detê-lo e, à chegada da mãe de Jesus, a criança tenta sair do seio de Isabel: «Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio» (Lc 1,44). Ainda no seio de sua mãe, João recebeu o Espírito Santo [...].

A Escritura diz depois: «E reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus» (Lc 1, 16). João reconduziu «um grande número»; o Senhor não reconduziu apenas um grande número, mas todos. Com efeito, a Sua obra é reconduzir todos os homens a Deus Pai [...].

A meu ver, o mistério de João realiza-se no mundo até aos nossos dias. Todo aquele que está destinado a crer em Cristo Jesus necessita primeiro que o espírito e a força de João entrem na sua alma para «proporcionar ao Senhor um povo com boas disposições» (Lc 1, 17) e para que, nas asperezas do seu coração, toda a ravina seja preenchida, todo o monte e colina sejam abatidos. Não foi apenas naquele tempo que os caminhos foram aplainados e as veredas endireitadas (Lc 3, 5); ainda hoje o espírito e a força de João precedem o advento do Senhor, nosso Salvador. Ó sublimidade do mistério do Senhor e do Seu desígnio sobre o mundo!

São Tomás, mestre de vida também agora

Catequese do Papa:

Intervenção na audiência geral de hoje

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 23 de junho de 2010 - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.

***

Queridos irmãos e irmãs:

Hoje eu gostaria de completar, com uma terceira parte, minhas catequeses sobre São Tomás de Aquino. Apesar dos mais de 700 anos de distância da sua morte, podemos aprender muito dele; isso foi recordado também pelo meu predecessor, o Papa Paulo VI, quem, em um discurso pronunciado em Fossanova, no dia 14 de setembro de 1974, por ocasião do 7º centenário da morte de São Tomás, perguntava-se: "Mestre Tomás, o que você pode nos ensinar?". E respondia assim: "A confiança na verdade do pensamento religioso católico, como ele defendeu, expôs, abriu à capacidade cognoscitiva da mente humana" (Ensinamentos de Paulo VI, XII[1974], p. 833-834). E, no mesmo dia, em Aquino, referindo-se sempre a São Tomás, afirmava: "Todos nós, que somos filhos fiéis da Igreja, podemos e devemos, ao menos em alguma medida, ser seus discípulos" (ibid., p. 836).

Participemos, também nós, da escola da São Tomás e da sua obra prima, a Summa Theologiae. Esta ficou incompleta e, contudo, é uma obra monumental: contém 512 questões e 2669 artigos. Trata-se de um raciocínio compacto, no qual a aplicação da inteligência humana aos mistérios da fé procede com clareza e profundidade, concatenando perguntas e respostas, nas quais São Tomás aprofunda o ensinamento que vem da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja, sobretudo de Santo Agostinho. Nesta reflexão, no encontro com verdadeiras perguntas da sua época, que frequentemente são perguntas nossas também, São Tomás, utilizando o método e o pensamento dos filósofos antigos, em particular Aristóteles, chega assim a formulações precisas, lúcidas e pertinentes das verdades de fé, nas quais a verdade é dom da fé, resplandece e se torna acessível a nós, à nossa reflexão. Este esforço, no entanto, da mente humana - recorda o Aquinate com sua própria vida - está sempre iluminado pela oração, pela luz que vem do alto. Só quem vive com Deus e com os mistérios pode também compreender o que dizem.

Na Summa de teologia, São Tomás parte do fato de que existem três formas diferentes do ser e da essência de Deus: Deus existe em si mesmo, é o princípio e fim de todas as coisas, razão pela qual as criaturas procedem e dependem d'Ele; depois, Deus está presente através da sua graça na vida e na atividade do cristão, dos santos; finalmente, Deus está presente de modo totalmente especial na pessoa de Cristo, unido aqui realmente com o homem Jesus e operante nos sacramentos, que brotam da sua obra redentora. Por isso, a estrutura dessa monumental obra (cf. Jean-Pierre Torrell, La "Summa" di San Tommaso, Milano 2003, p. 29-75), uma busca com "olhar teológico" da plenitude de Deus (cf. Summa Theologiae, Ia, q. 1, a. 7), está articulada em três partes e ilustrada pelo próprio Doctor Communis - São Tomás - com estas palavras: "O principal fim da sagrada doutrina é o de dar a conhecer Deus e não somente em si mesmo, mas também enquanto princípio e fim das coisas, especialmente da criatura racional. Na tentativa de expor esta doutrina, trataremos, em primeiro lugar, de Deus; em segundo lugar, do movimento da criatura até Deus; e em terceiro lugar, de Cristo, o qual, enquanto homem, é para nós caminho para ir a Deus" (ibid., I, q. 2). É um círculo: Deus em si mesmo, que sai de si mesmo e nos conduz pela mão, de modo que, com Cristo, voltamos a Deus, estamos unidos a Deus e Deus será tudo em todos.

A primeira parte da Summa Theologiae indaga, portanto, sobre Deus em si mesmo, sobre o mistério da Trindade e sobre a atividade criadora de Deus. Nesta parte, encontramos também uma profunda reflexão sobre a realidade autêntica do ser humano enquanto que saiu das mãos criadoras de Deus, fruto do seu amor. Por um lado, somos um ser criado, dependente, não procedemos de nós mesmos; por outro, temos uma verdadeira autonomia, de modo que somos não só algo aparente - como dizem alguns filósofos platônicos -, mas uma realidade querida por Deus como tal e com valor em si mesma.

Na segunda parte, São Tomás considera o homem, conduzido pela graça, em sua aspiração a conhecer e amar a Deus para ser feliz no tempo e na eternidade. Em primeiro lugar, o autor apresenta os princípios teológicos do agir moral, estudando como, na livre escolha do homem de realizar atos bons, integram-se a razão, a vontade e as paixões, às quais se une a força que a graça de Deus dá através das virtudes e dons do Espírito Santo, como também a ajuda que é oferecida pela lei moral. Portanto, o ser humano é um ser dinâmico que busca a si mesmo, tenta ser ele mesmo e procura, neste sentido, realizar atos que o constroem, o tornam verdadeiramente homem; e aqui entra a lei moral, entra a graça e a própria razão, a vontade e as paixões. Sobre este fundamento, São Tomás delineia a fisionomia do homem que vive segundo o Espírito e que se converte, assim, em um ícone de Deus. Aqui, o Aquinate se detém a estudar as três virtudes teologais - fé, esperança e caridade -, seguidas pelo agudo exame de mais de cinquenta virtudes morais, organizadas em torno das quatro virtudes cardeais - prudência, justiça, fortaleza e temperança. Termina depois com a reflexão sobre as diversas vocações na Igreja.

Na terceira parte da Summa, São Tomás estuda o mistério de Cristo - o caminho e a verdade - por meio do qual podemos voltar a unir-nos a Deus Pai. Nesta seção, escreve páginas até agora não superadas sobre o mistério da Encarnação e da Paixão de Jesus, acrescentando depois um amplo tratado sobre os sete sacramentos, porque neles o Verbo divino encarnado estende os benefícios da Encarnação para a nossa salvação, para o nosso caminho de fé rumo a Deus e à vida eterna, permanece materialmente quase presente com as realidades da criação, nos toca assim no mais íntimo.

Falando dos sacramentos, São Tomás se detém de modo particular no mistério da Eucaristia, pelo qual teve uma grandíssima devoção, até o ponto de que, segundo seus antigos biógrafos, costumava aproximar sua cabeça do tabernáculo, como para ouvir pulsar o Coração divino e humano de Jesus. Em uma obra sua de comentário à Escritura, São Tomás nos ajuda a entender a excelência do sacramento da Eucaristia, quando escreve: "Sendo a Eucaristia o sacramento da Paixão do nosso Senhor, contém em si Jesus Cristo que sofreu por nós. Portanto, tudo o que é efeito da Paixão do nosso Senhor, é também efeito deste sacramento, não sendo este outra coisa a não ser a aplicação em nós da Paixão do Senhor" (In Ioannem, c.6, lect. 6, n. 963). Compreendemos bem por que São Tomás e outros santos celebravam a Santa Missa derramando lágrimas de compaixão pelo Senhor, que se oferece em sacrifício por nós, lágrimas de alegria e gratidão.

Queridos irmãos e irmãs: na escola dos santos, enamoremo-nos deste sacramento! Participemos da Santa Missa com recolhimento, para obter seus frutos espirituais! Alimentemo-nos do Corpo e do Sangue do Senhor, para ser incessantemente alimentados pela graça divina! Entretenhamo-nos com prazer e com frequência, de igual para igual, em companhia do Santíssimo Sacramento!

O que São Tomás ilustrou com rigor científico em suas obras teológicas maiores, como na Summa Theologiae, também a Summa contra Gentiles, ele expôs também em sua pregação, dirigida aos estudantes e aos fiéis. Em 1273, um ano antes da sua morte, durante toda a Quaresma, pregou na igreja de São Domingos o Maior, em Nápoles. O conteúdo desses sermões foi recolhido e conservado: são os Opúsculos, nos quais explica o Símbolo dos Apóstolos, interpreta a oração do Pai Nosso, ilustra o Decálogo e comenta a Ave Maria. O conteúdo da pregação do Doctor Angelicus corresponde quase totalmente à estrutura do Catecismo da Igreja Católica. De fato, na catequese e na pregação, em uma época como a nossa, de renovado compromisso pela evangelização, não deveriam faltar nunca estes temas fundamentais: o que nós cremos, e aí etá o Símbolo da Fé; o que nós oramos, e aí está o Pai Nosso e a Ave Maria; o que nós vivemos como nos ensina a Revelação Bíblica, e aí está a lei do amor a Deus e ao próximo e os Dez Mandamentos, como explicação desse mandato do amor.

Eu gostaria de propor um exemplo do conteúdo, simples, essencial e convincente, do ensinamento de São Tomás. Em seu Opúsculo sobre o Símbolo dos Apóstolos, ele explica o valor da fé. Por meio dela, diz, a alma se une a Deus e se produz uma espécie de gérmen da vida eterna; a vida recebe uma orientação segura e nós superamos agilmente as tentações. A quem objeta que a fé é uma necedade, porque faz cair em algo que não cai sob a experiência dos sentidos, São Tomás oferece uma resposta muito articulada e recorda que esta é uma dúvida inconsistente, porque a inteligência humana é limitada e não pode conhecer tudo. Somente se pudéssemos conhecer perfeitamente todas as coisas visíveis e invisíveis, então seria uma autêntica necedade aceitar as verdades por pura fé. No demais, é impossível viver, observa São Tomás, sem confiar na experiência dos demais, lá onde não chega o conhecimento pessoal. É razoável, portanto, ter Deus que se revela e no testemunho dos Apóstolos: estes eram poucos, simples e pobres, aflitos por causa da crucifixão do seu Mestre; e, no entanto, muitas pessoas sábias, nobres e ricas se converteram à escuta da sua pregação. Trata-se, de fato, de um fenômeno historicamente prodigioso, ao qual dificilmente se pode dar outra resposta razoável, a não ser a do encontro dos Apóstolos com o Senhor ressuscitado.

Comentando o artigo do Símbolo sobre a encarnação do Verbo divino, São Tomás faz algumas considerações. Afirma que a fé cristã, considerando o mistério da Encarnação, chega a reforçar-se; a esperança se eleva mais confiada ao pensamento de que o Filho de Deus veio entre nós, como um de nós, para comunicar aos homens sua própria divindade; a caridade se reaviva, porque não existe sinal mais evidente do amor de Deus por nós que ver o Criador do universo tornar-se criatura, um de nós. Finalmente, considerando o mistério da Encarnação de Deus, sentimos inflamar-se nosso desejo de alcançar Cristo na glória. Dando um simples, mas eficaz exemplo, São Tomás observa: "Se o irmão de um rei estivesse longe, certamente ansiaria poder viver perto dele. Pois bem, Cristo é nosso irmão: devemos, portanto, desejar sua companhia, ser um só coração com Ele" (Opúsculos teológico-espirituais, Roma 1976, p. 64).

Apresentando a oração do Pai Nosso, São Tomás mostra que esta é em si perfeita, tendo as cinco características que uma oração bem feita deveria ter: abandono confiado e tranquilo; conveniência do seu conteúdo, porque - observa São Tomás - "é muito difícil saber exatamente o que é oportuno pedir ou não, desde o momento em que temos dificuldade frente à seleção dos desejos" (ibid., p. 120); e, depois, ordem apropriada das petições, fervor de caridade e sinceridade da humildade.

São Tomás foi, como todos os santos, um grande devoto de Nossa Senhora. Ele a definiu com um apelativo estupendo: Triclinium totius Trinitatis, triclínio, isto é, lugar onde a Trindade encontra seu repouso, porque, pela Encarnação, em nenhuma criatura, como n'Ela, as três divinas pessoas inabitam e encontram delícia e alegria em viver em sua alma cheia de graça. Por sua intercessão, podemos obter toda ajuda.

Com uma oração, que tradicionalmente se atribui a São Tomás e que, em todo caso, reflete os elementos da sua profunda devoção mariana, também nós dizemos: "Ó beatíssima e dulcíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, (...) confio ao vosso coração misericordioso toda a minha vida (...). Alcançai, dulcíssima Senhora minha, caridade verdadeira, com a que possa amar com todo o coração vosso santíssimo Filho e a vós, depois d'Ele, sobre todas as coisas, e ao próximo em Deus e por Deus".


“Enamoremo-nos da Eucaristia!”, pede Bento XVI



Dedica a catequese da audiência geral a São Tomás de Aquino
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 23 de junho de 2010 - Dirigindo-se aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça de São Pedro hoje, o Papa os exortou a enamorar-se da Eucaristia, ao dedicar sua terceira catequese a São Tomás de Aquino, aprofundando em vários aspectos do seu pensamento teológico.

Para o santo, explicou o Papa, o eixo do cristianismo é a Encarnação, com a qual a fé "chega a reforçar-se; a esperança se eleva mais confiada ao pensamento de que o Filho de Deus veio entre nós, como um de nós, para comunicar aos homens sua própria divindade; a caridade se reaviva, porque não existe sinal mais evidente do amor de Deus por nós que ver o Criador do universo tornar-se criatura, um de nós".

Na Summa Theologiae, obra prima do santo, "escreve páginas até agora não superadas sobre o mistério da Encarnação e da Paixão de Jesus, acrescentando depois um amplo tratado sobre os sete sacramentos, porque neles o Verbo divino encarnado estende os benefícios da Encarnação para a nossa salvação".

Falando dos sacramentos, Tomás refletiu de modo particular sobre a Eucaristia, pela qual tinha uma grande devoção. Inspirado pelo exemplo do santo, o Papa exortou: "Queridos irmãos e irmãs: na escola dos santos, enamoremo-nos deste sacramento! Participemos da Santa Missa com recolhimento, para obter seus frutos espirituais! Alimentemo-nos do Corpo e do Sangue do Senhor, para ser incessantemente alimentados pela graça divina!".

"Entretenhamo-nos com prazer e com frequência, de igual para igual, em companhia do Santíssimo Sacramento!", acrescentou, em referência à adoração eucarística, devoção muito querida também por Bento XVI.

Além das obras mais conhecidas de São Tomás, a Summa Theologiae e a Summa contra Gentiles, o Papa quis destacar a pregação do Aquinate, tão rigorosa e simples como suas obras científicas.

Referiu-se especialmente aos Opúsculos, uma série de pregações realizadas em 1273, um ano antes de sua morte, na igreja de São Domingos o Maior, em Nápoles.

"O conteúdo da pregação do Doctor Angelicus corresponde quase totalmente à estrutura do Catecismo da Igreja Católica."

"De fato - explicou -, na catequese e na pregação, em uma época como a nossa, de renovado compromisso pela evangelização, não deveriam faltar nunca estes temas fundamentais: o que nós cremos, e aí etá o Símbolo da Fé; o que nós oramos, e aí está o Pai Nosso e a Ave Maria; o que nós vivemos como nos ensina a Revelação Bíblica, e aí está a lei do amor a Deus e ao próximo e os Dez Mandamentos, como explicação desse mandato do amor."

Inclusive em suas pregações, São Tomás não deixava de lado a racionalidade da fé.

"A quem objeta que a fé é uma necedade, porque faz cair em algo que não cai sob a experiência dos sentidos, São Tomás oferece uma resposta muito articulada e recorda que esta é uma dúvida inconsistente, porque a inteligência humana é limitada e não pode conhecer tudo."

"Somente se pudéssemos conhecer perfeitamente todas as coisas visíveis e invisíveis, então seria uma autêntica necedade aceitar as verdades por pura fé", afirmou o Papa.

No demais, explicou, "é impossível viver, observa São Tomás, sem confiar na experiência dos demais, lá onde não chega o conhecimento pessoal. É razoável, portanto, ter Deus que se revela e no testemunho dos Apóstolos".

Os seguidores de Jesus "eram poucos, simples e pobres, aflitos por causa da crucifixão do seu Mestre; e, no entanto, muitas pessoas sábias, nobres e ricas se converteram à escuta da sua pregação".

"Trata-se, de fato, de um fenômeno historicamente prodigioso, ao qual dificilmente se pode dar outra resposta razoável, a não ser a do encontro dos Apóstolos com o Senhor ressuscitado."

Por último, o Papa aludiu à profunda devoção mariana de São Tomás, que definiu Nossa Senhora como "Triclinium totius Trinitatis, triclínio, isto é, lugar onde a Trindade encontra seu repouso".

"Em nenhuma criatura, como n'Ela, as três divinas pessoas inabitam e encontram delícia e alegria em viver em sua alma cheia de graça. Por sua intercessão, podemos obter toda ajuda", acrescentou.

O Pontífice concluiu sua catequese com uma oração que tradicionalmente se atribui a São Tomás e que reflete os elementos da sua profunda devoção mariana: "Ó beatíssima e dulcíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, (...) confio ao vosso coração misericordioso toda a minha vida (...). Alcançai, dulcíssima Senhora minha, caridade verdadeira, com a que possa amar com todo o coração vosso santíssimo Filho e a vós, depois d'Ele, sobre todas as coisas, e ao próximo em Deus e por Deus".


(ZENIT.org)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Seremos reconhecidos pelos nossos frutos


Mateus 7,15-20.
«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os conhecereis.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Inácio de Antioquia (? - c. 110), bispo e mártir Carta aos Efésios, 13-15

Seremos reconhecidos pelos nossos frutos

Esforçai-vos por vos reunirdes com maior frequência para dar graças e louvar a Deus. Pois, quando vos reunis frequentemente, as forças de Satanás são derrubadas e os seus malefícios destruídos pela unanimidade da vossa fé. Nada supera a paz, que triunfa sobre todos os assaltos das potências celestes ou terrenas.

Nada disto vos será desconhecido se tiverdes em Jesus Cristo uma fé e um amor perfeitos, que são o começo e o fim da vida: o começo é a fé, e o fim a caridade. As duas reunidas são Deus. Todas as outras virtudes que conduzem à perfeição procedem destas duas primeiras. Ninguém peca enquanto professa a fé; ninguém odeia enquanto possui a caridade. «A árvore conhece-se pelos seus frutos»; do mesmo modo, reconhece-se quem professa ser de Cristo pelas suas obras. Porque a obra que nos é pedida hoje não é uma simples profissão de fé, consiste em praticá-la até ao fim.

Vale mais calar e ser, que falar sem ser. É bom ensinar, quando se faz o que se diz. Temos apenas um mestre, aquele que «disse e tudo foi feito» (Sl 32, 9); mesmo as obras que fez em silêncio são dignas de Seu Pai. Quem compreende verdadeiramente a palavra de Jesus pode entender também o Seu silêncio; será perfeito se agir conforme o que diz e será reconhecido pelo seu silêncio. Nada se oculta ao Senhor; até os nossos segredos Lhe são familiares. Por conseguinte façamos tudo pensando que Ele habita em nós; seremos assim templos Seus e Ele será em nós o nosso Deus.

O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles


Mateus 7,6.12-14.
«Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.» «Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.» «Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Vicente de Paulo (1581-1660), presbítero, fundador de comunidades religiosas Prédica de 30/5/1659 (a partir da trad. de Seuil 1960 p. 682 rev.)

«O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles»

Qual é o primeiro acto do caridade? Que obras produz um coração por ela animado? Que sai de um coração assim, comparando com o de um homem de desprovido de tal virtude? Há que fazer o bem a cada um, como com razoabilidade queríamos que assim nos fosse feito; nisto consiste o sumo da caridade. Faço verdadeiramente ao meu próximo aquilo que desejo que ele me faça? Ah, eis um grande exame a fazer. [...]

Olhemos para o Filho de Deus: que coração de caridade, que chama de amor! Jesus, dizei-nos, por favor, o que Vos tirou do céu para virdes sofrer a maldição da Terra, as muitas perseguições e tormentos que aqui recebestes? Ó Salvador, ó fonte de amor, humilhado que fostes até à nossa condição, até um suplício infame! Quem mais amou o próximo, senão Vós? Viestes expor-Vos a todas estas nossas misérias, tomando a forma de pecador, levar um vida de sofrimento, e sofrer uma morte vergonhosa por nós. Haverá amor igual? [...] Só Nosso Senhor leva assim a tal ponto o Seu amor pelas criaturas, deixando o trono de Seu Pai para encarnar num corpo sujeito às enfermidades.

E por quê? Para estabelecer entre nós, com o Seu exemplo e a Sua palavra, a caridade pelo próximo [...]. Ó meus amigos, se tivéssemos um pouco deste amor, deixar-nos-íamos ficar de braços cruzados? Oh, não! A caridade não é ociosa; ela incita-nos a lutar pela salvação e pela consolação dos outros.

Senado homenageia Rede Vida





BRASÍLIA, terça-feira, 22 de junho de 2010 – O Senado brasileiro homenageou na tarde dessa segunda-feira a Rede Vida de Televisão, emissora católica, pelos seus 15 anos de fundação.

Participaram da solenidade, o presidente da Rede Vida de Televisão, João Monteiro de Barros Filho; o presidente da diretoria executiva do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristão (Inbrac), Marcelo Aparecido Coutinho da Silva; e o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

A homenagem foi requerida pelo senador Arthur Virgílio, que destacou a qualidade da programação da emissora.

"A Rede Vida de Televisão é uma emissora que se esforça ao máximo para cultivar um canal adequado para a família, elemento essencial para a formação e desenvolvimento da sociedade", disse o senador, ao justificar o pedido de homenagem.

Controlada pela Organização Monteiro de Barros, a Rede Vida é uma emissora dedicada ao público católico. Tem sede em São José do Rio Preto (São Paulo), onde suas operações tiveram início em 1995.

O canal transmite em sua programação missas e celebrações católicas do país, além de programas jornalísticos nas áreas de cultura, informação e esporte, programas de entretenimento e infantis.

Seu sinal é captado por todo o Brasil via satélite, além de ser transmitido por meio de suas afiliadas e das 445 retransmissoras localizadas nos Estados.


(ZENIT.org)


domingo, 20 de junho de 2010

Vamos torcer pelo Brasil



Vai Brasil.....

Já temos um Golaço.....