quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Começaram a pressioná-Lo fortemente


Lucas 11,47-54
Ai de vós, que edificais os túmulos dos profetas, quando os vossos pais é que os mataram! Assim, dais testemunho e aprovação aos actos dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós edificais-lhes sepulcros. Por isso mesmo é que a Sabedoria de Deus disse: 'Hei-de enviar-lhes profetas e apóstolos, a alguns dos quais darão a morte e a outros perseguirão, a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.' Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração. Ai de vós, doutores da Lei, porque vos apoderastes da chave da ciência: vós próprios não entrastes e impedistes a entrada àqueles que queriam entrar!» Quando saiu dali, os doutores da Lei e os fariseus começaram a pressioná-lo fortemente com perguntas e a fazê-lo falar sobre muitos assuntos, armando-lhe ciladas e procurando apanhar-lhe alguma palavra para o acusarem.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Do Missal Romano Impropérios de Sexta-feira Santa «Começaram a pressioná-Lo fortemente [...], armando-Lhe ciladas e procurando apanhar-Lhe alguma palavra para O acusarem»

Meu povo, que te fiz Eu? Em que te contristei? Responde-Me (Mi 6, 3).


Povo desvairado pelo azedume, povo de coração fechado, lembra-te! O Mestre libertou-te. Ficaria tanto amor sem resposta, Tanto amor de um Deus crucificado?

Desde a aurora do universo que preparo o teu dia de hoje, E tu recusas a Vida verdadeira, que podia dar-te uma alegria sem sombra. Meu povo, responde-Me!

Despedacei as correntes da tua escravidão, fiz soçobrar os teus inimigos; E tu entregas-Me aos teus adversários e preparas-Me outra Páscoa. Meu povo, responde-Me!

Tomei parte no teu êxodo e conduzi-te com a nuvem densa; E tu aprisionas-Me na tua noite e nem sabes para onde se dirige a Minha glória. Meu povo, responde-Me!

Enviei-te os Meus profetas, que chamaram por ti no exílio; E tu não queres converter-te, ensurdeces quando te chamo. Meu povo, responde-Me!


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Deus tem mil formas de mostrar que existe, afirma Papa

Ao recordar a vida da Beata Angela de Foligno

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 13 de outubro de 2010 - "Deus tem mil maneiras - para cada um a sua - de fazer-se presente na alma, de mostrar que existe, que me conhece e ama", considera Bento XVI.

O Pontífice chegou a esta conclusão hoje, ao apresentar na catequese a figura da Beata Angela de Foligno, mística italiana que viveu entre 1248-1309, da Ordem Terceira Franciscana.

O Papa recordou que Angela havia levado uma vida mundana, afastada do pensamento de Deus, até que, em 1285, invocou São Francisco de Assis, quem lhe apareceu em uma visão, e depois ela decidiu confessar-se.

Começou então um rico e tortuoso caminho espiritual. Em primeiro lugar, explicou Bento XVI, ela não tinha a sensação de ser amada por Deus, senão que sentia "vergonha".

Angela, explicou, "sente o dever de ter de dar algo a Deus para reparar seus pecados, mas lentamente compreende que não tem nada para dar-lhe; pelo contrário, é 'nada' diante d'Ele; compreende que não será sua vontade que dará amor a Deus, porque esta só pode dar-lhe seu 'nada', o 'não amor'".

Acompanha-a "o pensamento do inferno, porque quanto mais a alma progride no caminho da perfeição cristã, mais se convencerá não somente de ser 'indigna', mas de merecer o inferno".

O Crucificado que salva da indignidade

"Em seu caminho místico, Angela compreende de maneira profunda a realidade central: o que a salvará da sua 'indignidade' e de 'merecer o inferno' não será sua 'união com Deus' e seu possuir a 'verdade', mas Jesus crucificado, 'sua crucifixão por mim', seu amor."

A conversão de Angela, inciada com a confissão de 1285, chegará à maturidade somente quando o perdão de Deus aparecer à sua alma como o dom gratuito de amor do Pai, fonte de amor, reconheceu o Papa.

À luz da vida desta mística, o Papa concluiu deixando uma lição para nossos dias: "Hoje estamos todos em perigo de viver como se Deus não existisse: Ele parece muito longe da vida atual. Mas Deus tem mil maneiras - para cada um a sua - de fazer-se presente na alma, de mostrar que existe, que me conhece e ama. E a Beata Angela quer nos deixar atentos a estes sinais com os quais o Senhor nos toca a alma, atentos à presença de Deus, para aprender, assim, o caminho com Deus e rumo a Deus, na comunhão com Cristo Crucificado. Oremos ao Senhor para que nos torne atentos aos sinais da sua presença, que nos ensine a viver realmente".


ZENIT.org

Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração


Lucas 11,42-46
Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descurais a justiça e o amor de Deus! Estas eram as coisas que devíeis praticar, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e de ser cumprimentados nas praças! Ai de vós, porque sois como os túmulos, que não se vêem e sobre os quais as pessoas passam sem se aperceberem!» Um doutor da Lei tomou a palavra e disse-lhe: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós. Mas Ele respondeu: «Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos!


Comentário ao Evangelho do dia feito por Didaquê (entre 60-120), catequese judaico-cristã §3 (a partir da trad. Quéré, Pères apostoliques, Seuil 1980, p.94)



«Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29)


Meu filho, foge de todo o mal ou daquilo que se assemelhar ao mal. Não sejas irascível: a cólera leva ao crime. Não sejas ciumento, conflituoso nem violento: essas paixões originam mortes. Meu filho, não sejas sensual: a sensualidade é o caminho para o adultério. Não uses de linguagem licenciosa, nem tenhas um olhar atrevido: também isso engendra adultério.[...] Resguarda-te dos encantamentos, da astrologia, das purificações mágicas; recusa-te a vê-las e a ouvi-las: isso seria [...] perderes-te na idolatria. Meu filho, não sejas mentiroso, porque a mentira conduz ao roubo. Não te deixes seduzir nem pelo dinheiro nem pela vaidade, que também incitam a roubar. Meu filho, não murmures contra os outros: tornar-te-ás blasfemo. Não sejas insolente nem malévolo, pois isso também conduz à blasfémia.


Usa de mansidão: «Felizes os mansos, porque possuirão a terra» (Mt 5, 5). Sê paciente, misericordioso, sem malícia, cheio de paz e bondade. Respeita sempre as palavras que ouviste do Senhor (Is 66, 2). Não te engrandecerás a ti próprio, não abandonarás o teu coração ao orgulho. Não te aliarás aos soberbos, mas frequentarás os justos e os humildes. Receberás os acontecimentos da vida como dons, sabendo que é Deus quem dispõe sobre todas as coisas.