sexta-feira, 2 de abril de 2010

Paixão de Cristo


Tudo o que Jesus sofreu foi por amor a cada um de nós. Sua vida meu irmão, minha irmã é valiosa aos olhos do Pai, que enviou seu único filho para morrer por nós, por nossos pecados, levar nossas enfermidades, nossos pecados, nossa tristeza, nossas feridas. Você é convidado(a) a fazer essa experiência.

Venha Celebrar essa vitória que foi conquistada para você na missa de domingo de Páscoa.

Amanhã já é um dia maravilhoso.


Católicos e ortodoxos revivem juntos a paixão e a morte de Jesus em Jerusalém



Neste celebram a Páscoa na mesma data
JERUSALÉM, sexta-feira, 2 de abril de 2010. – O Patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal, presidiu na manhã desta Sexta-feira Santa a celebração da Paixão de Cristo no Santo Sepulcro.

Durante o rito, esteve acompanhado do cardeal John Patrick Foley, grão-mestre da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, pelo bispo auxiliar recém-nomeado, Dom William Shomali, e por numerosos sacerdotes, seminaristas e fiéis.

Em seguida, numerosos grupos cristãos se reuniram para a Via Crucis, da qual também participou o Patriarca Twal. Bloqueios da polícia regularam o enorme fluxo de peregrinos.

Neste ano, católicos e ortodoxos celebram a Páscoa na mesma data. Por esse motivo, era possível ver também muitos ortodoxos da Europa Oriental, carregando cruzes ao longo do trajeto da Paixão do Senhor.

Fiéis da paróquia latina de São Salvador, acompanhados de religiosos locais e de um grande número de peregrinos, se uniram à procissão dos franciscanos, presidida pelo custódio da Terra Santa, o padre Pierbattista Pizzaballa.

A Via Crucis percorreu o Calvário para chegar à tumba vazia, onde se rezou pelas intenções de Bento XVI.

Na tarde de quinta-feira, foi realizada, conforme a tradição, a peregrinação dos franciscanos ao Cenáculo, acompanhados por fiéis de diversos países, onde foram lidas as passagens bíblicas que narram a Última Ceia, e onde se deu a cerimônia do lava-pés, com crianças da paróquia latina.

Trata-se de uma celebração muito importante, uma vez que o local, que esteve sob seus cuidados desde 1333, lhes foi tomado em 1948, e é utilizado como uma escola rabínica desde 1967. Os franciscanos só têm autorização para fazer uso do local em duas ocasiões: na Quinta-feira Santa e na véspera de Pentecostes.

As orações da Quinta-feira Santa foram concluídas em Getsêmani, com uma vigília conduzida pelos franciscanos e presidida pelo padre Pizzaballa, na qual foi lembrada a agonia de Jesus diante da rocha - onde, segundo a tradição, teria suado sangue – em meio a oliveiras milenares que testemunharam a angústia do Senhor antes de sua traição.

Após as orações, seguiu-se à procissão das velas, que, como um rio de luz, iluminou o Vale do Cedron, até chegar ao santuário de São Pedro em Gallicatu, local onde, de acordo com a tradição, o apóstolo negou Cristo por três vezes, e onde se encontrava o palácio de Caifás, que se tornou a prisão do Filho de Deus.


(ZENIT.org)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Rito do Lava-pés

O lava-pés é um rito litúrgico, realizado na Quinta Feira Santa, na missa da Ceia do Senhor. Este rito, repete o gesto de Jesus que, na última ceia lavou os pés de seus discípulos em sinal de serviço e de amor.
O lava-pés era muito usado no tempo de Jesus e até mesmo antes do seu nascimento. Era um trabalho humilde, feito por escravos, que consistia em lavar os pés dos patrões da casa e de daqueles que chegavam de viagem. Não raro, esse trabalho era considerado humilhante a ponto de ser designado como castigo a algumas pessoas que cometiam algum delito legal.
Jesus, ao realizar este gesto, coloca-se como escravo, o que fez Pedro reagir diante de Jesus não querendo admitir, de modo algum, que o Mestre se rebaixasse como escravo diante dele. Olhando o conceito que as pessoas, do tempo de Jesus, tinham desse gesto do lava-pés, compreendemos o alcance e o significado do gesto de Jesus.
O antigo nome do rito do lava-pés era "mandatum", tirada da palavra inicial da antífona que acompanhava o rito, cantada em latim: "mandatum novum do vobis..." ("Dou-vos um novo mandamento), quase que como decorrência do gesto que Jesus acabara de realizar.
O rito do lava-pés, na liturgia, é conhecido desde a mais remota antiguidade e foi pratica por Papas, bispos e sacerdotes de todas as épocas. Também imperadores e reis praticaram o lava-pés como sinal de serviço aos seus súbditos. Os monges, que recebiam peregrinos em seus mosteiros, acolhiam-lhes com ósculo da paz e lavando-lhes os pés, para demonstrar que estavam a serviço do hóspede. Desde o século IV conhece-se o rito do lava-pés no Ocidente, com excepção de Roma.O 17º Concílio de Toledo, na Espanha, no ano de 694, prescreveu que o lava-pés deveria ser realizado em todas as igrejas do mundo inteiro, na quinta-feira santa para imitar o gesto de Jesus. Para aqueles padres que se recusavam realizar o rito havia severas penas eclesiásticas. Contudo, o rito estava reservado para as catedrais e basílicas e, mais tarde é que foi permitido ser realizado em todas as igrejas.
Em Roma, o gesto do lava-pés na quinta-feira santa generalizou-se a partir do Séc. XI. O Missal de Pio V (1563) coloca o lava-pés no final da missa. A rubrica assim orientava: "Post desnudationem altarium, hora competenti facto signo cum tabula, conveniunt clerici ad faciendum mandatum (...)" Foi em 1955, com a reforma da Semana Santa, que o rito do lava-pés passou ser feito depois da homilia, como é feito actualmente.
Era costume que aqueles aos quais eram lavados os pés deveriam ser pobres. Em alguns países eram 12 homens que representavam os 12 apóstolos de Jesus Cristo. Em outros países eram 13, como acontecia em Roma, e como perdurou até a Reforma da Semana Santa, em 1955. O número de 13 pessoas tinha duas explicações: antigamente, realizavam-se dois lava-pés; um em comemoração do lava-pés que fez Madalena, quando lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e o outro, recordando o gesto de Jesus, ao lavar os pés dos seus apóstolos. Como o primeiro gesto foi suprimido, aquele que representava Jesus passou a tomar parte do lava-pés dos apóstolos, totalizando 13 pessoas. A segunda explicação é atribuída ao Papa Bento XIV que contava que um dia o Papa Gregório Magno, ao lavar os pés de 12 pobres, ao chegar no 12º notou que tinha mais um; era um anjo e, para recordar este fato, desde então conservou-se o número 13 até o século XX.
Atualmente, o rito do lava-pés, como é chamado, é muito simples. Não existe a obrigatoriedade, que havia antigamente, de que somente homens representem a comunidade ou os apóstolos. Também mulheres e crianças, hoje, tomam parte desse rito. Outra característica, é que este rito não é uma encenação dentro da missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O bispo ou padre que lava os pés de algumas pessoas da comunidade está imitando Jesus no gesto, mas não como teatro; ao contrário, como compromisso de estar ao serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez Jesus. Não há necessidade, pois, que as pessoas venham vestidos de apóstolos, mesmo porque, o missal não determina quantas pessoas deverão ter os pés lavados ao dizer: "viri selecti deducuntur..." ("os homens escolhidos são levados...").
Atualmente o rito acontece, depois da homilia quando o sacerdote, retirando a casúla, cinge-se com um avental e lava os pés daqueles representantes da comunidade.

rosto de Jesus em 3D


Especialistas em computação gráfica usaram técnicas modernas de criação de imagens de 3D para recompor a imagem da face retratada no Santo Sudário, que muitos acreditam ser o rosto de Jesus Cristo

Especialistas tentam recriar o rosto de Jesus

A experiência foi feita especialmente para o documentário de TV "The Real Face of Jesus?" ("O rosto real de Jesus?"), do History Channel, que vai ao ar no próximo sábado.
Os artistas tiveram acesso ao Santo Sudário, uma peça de linho que muitos cristãos acreditam ter sido usada para cobrir o corpo de Jesus após a crucificação.
Sua autenticidade é debatida há anos por cientistas. O tecido traz uma imagem fantasmagórica do corpo de um homem que foi crucificado.O artista de computação gráfica Ray Downing, que participou do projeto, é o mesmo que recriou em 3D o rosto do ex-presidente americano Abraham Lincoln, usando mais de cem fotos.De acordo com Downing e com John Jackson, físico da universidade americana do Colorado que estuda o Santo Sudário desde 1978, a relíquia é singular, pois ela contém dados em três dimensões sobre o corpo da pessoa que foi enterrada.Isso acontece porque o Santo Sudário foi enrolado em todo o corpo, em vez de apenas cobrir a face.

Especialistas usam técnica de criação de imagens de 3D


"A presença de dados em três dimensões é bastante inesperada e também é única", diz Downing. "É como se a imagem contivesse um manual de instruções sobre como se construir uma escultura."
O Santo Sudário, que pertence ao Vaticano, fica guardado na Cappella della Sacra Sindone do Palácio Real de Turim, na Itália.Entre os dias 10 de abril e 23 de maio, a Catedral de São João Batista, em Turim, fará uma rara exibição pública da relíquia, que, acredita-se, deve atrair milhões de pessoas.O papa Bento 16 fará uma visita ao local no dia 2 de maio. A última exibição pública do Santo Sudário foi há dez anos.

BBC Brasil

quarta-feira, 31 de março de 2010

A BOMBA NO SACRÁRIO - Padre Zezinho



Estive, a convite, na abertura dos 50 anos da martirizada e marcante diocese de Nova Iguaçu. Fiz questão de ir. Cantei cantos de cruz, de dor e de esperança. Não será possível escrever a História da Igreja do Brasil das últimas décadas sem falar das igrejas da Baixada Fluminense: entre elas Volta Redonda e Nova Iguaçu, com destaque para Dom Adriano Hipólito e Dom Waldir Calheiros. Não esquecemos os outros bispos, que também os reverenciam. Mas o destaque é para falar de um momento de martírios.

É uma pena que jovens de agora não saibam do que ali aconteceu. Talvez nem mesmo seus catequistas o sabiam. Mas ali se viveu um dos pedaços cruciais da História do Catolicismo no Brasil. O bispo seqüestrado, deixado nu e amarrado à beira da estrada, o corpo pintado de vermelho, pichações nos muros, o carro do bispo explodido à frente da sede da CNBB, uma bomba que explodiu o altar e o sacrário revelaram o grau de ódio e desprezo que aqueles militantes da ditadura nutriam pela Igreja e pela fé católica. Fizeram o mesmo contra Dom Helder Câmara, Dom Paulo Arns e Dom Pedro Casaldáliga. Foram tempos de ir à rua, marchar em silêncio e em lágrimas numa diocese que nascia e já pagava um alto preço por ter escolhido por a ênfase no social e no resgate dos pobres, em região que hoje cresce e promete, mas que, então era dormitório do Rio de Janeiro e onde os pobres eram cada dia mais encurralados num processo de guetização.

Uma Igreja inteira organizou-se. Concordem ou não com sua pastoral, era uma igreja que seguia os documentos do Vaticano II, do Celam e da CNBB. Nada foi inventado ali. O que houve foi a coragem de por em prática o que estava no papel.

O filme dos 50 anos é uma lição de eclesialidade e de humildade. Não se citam nomes, não se pede vingança, não se busca revanche, apenas se lembra o que houve, as dores, o medo, a coragem e a resistência daqueles dias. Há perdão em cada relato, mas há verdade em cada frase. Bispos e padres, irmãs e leigos pagaram alto preço por quererem uma Igreja que ia ao povo lembrar que democracia é melhor do que ditadura. Estavam tão ocupados em ser igreja que não tinham tempo de ser nem de direita nem de esquerda, mas levaram a pecha de uma guerrilha e um terrorismo que nunca fizeram. Havia, sim, uma igreja de comunidades, uma das experiências pioneiras da nossa Igreja; certamente não a única, mas experiência altamente revelante. Em Nova Iguaçu, como de resto em muitas outras dioceses a pastoral saiu do papel e aconteceu.

E foi lá que explodiram Jesus...literalmente. Foi o jeito ateu de mostrar desprezo por uma Igreja que prezava os mais pobres e queria mais democracia. Cinqüenta anos depois, cheia de perdão ela floresce. Quem fez aquelas barbaridades caiu no esquecimento. De heróis não tinham nada. Oura vez venceu a Igreja que perdoa!


terça-feira, 30 de março de 2010

Corrente de oração pelos padres na china...

China: padres são presos por organizar acampamento de jovens
FU’AN, terça-feira, 30 de março de 2010 .- O padre Liu Maochun, 36 anos, foi detido no último dia 19 de março pelas autoridades de Fu’an, cidade da província costeira de Fujian, na China, acusado de ter participado em um campo de estudantes católicos organizado sem autorização.

Sua detenção aconteceu um dia após a libertação – depois de quinze dias de detenção – do padre John Baptist Luo Wen, que foi preso pelo mesmo motivo no dia 3 de março, informou a Englises d’Asie (EDA), agência de Missões Exteriores de Paris.

Os dois sacerdotes formam parte de um grupo de sete padres da ala “clandestina” da diocese de Mindong, que organizou um acampamento para estudantes católicos do dia 28 de janeiro até 6 de fevereiro.

O acampamento, realizado sem a permissão requerida pelas autoridades, foi interrompido pela polícia no dia 4 de fevereiro. Porém um mês depois, a polícia convocou os sete sacerdotes para notificá-los com uma multa de 500 yuans (53 euros) para cada um, e uma ordem de detenção por alterar a ordem pública, para quatro deles.

O primeiro a ser detido foi o padre Luo Wen. Depois foi a vez do padre Liu Maochun, que foi privado de liberdade durante 15 dias, segundo o imposto pela lei para os casos de não cumprimento de uma lei dirigida a manter a ordem pública.

O padre Luo ofereceu para a agência Ucanews os detalhes de sua detenção: preso no Centro de Detenção de Fu’an, foi colocado em uma cela de 40 metros quadrados, junto a 21 pessoas, detidas principalmente por casos relacionados com o consumo e tráfico de drogas e com o jogo ilegal.

A maior parte deles dividia uma grande cama de concreto e os demais dormiam no chão. A única possibilidade de tomar banho era em um ponto com água fria no pátio. “Não tomei banho durante toda minha detenção porque fazia frio e chovia”, declarou o sacerdote.

Ele acrescentou que foi privado do direito de receber visitas concedidas aos demais detidos: uma média duas visitas semanais.

Depois do padre Luo, foi detido o padre Liu. Pela lógica, os outros dois sacerdotes que receberam uma ordem de detenção, os padres Guo Xijin e Miu Yong, deveriam ser convocados pela polícia e serem detidos.


(ZENIT.org)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume


Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam com Ele à mesa.
Então, Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume. Nessa altura disse um dos discípulos, Judas Iscariotes, aquele que havia de o entregar: «Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?» Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava.

Então, Jesus disse: «Deixa que ela o tenha guardado para o dia da minha sepultura! De fato, os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim não me tendes sempre.» Um grande número de judeus, ao saber que Ele estava ali, vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos.

Os sumos sacerdotes decidiram dar a morte também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, os abandonavam e passavam a crer em Jesus.

João 12,1-11.


Comentário ao Evangelho do dia feito por

Guilherme Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino depois cisterciense Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»


Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência. Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha longa negligência.

Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam, de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada. Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me importa incomodar seja quem for.

Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume, porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua
misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc 7, 47).


domingo, 28 de março de 2010

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa, com a lembrança das Palmas e da paixão, da entrada de Jesus em Jerusalém e a liturgia da palavra que evoca a Paixão do Senhor no Evangelho de São Lucas.

Neste dia, se entrecruzam as duas tradições litúrgicas que deram origem a esta celebração: a alegre, grandiosa , festiva litrugia da Igreja mãe da cidade santa, que se converte em mímesis, imitação dos que Jesus fez em Jerusalém, e a austera memória - anamnese - da paixão que marcava a liturgia de Roma. Liturgia de Jerusalém e de Roma, juntas em nossa celebração. Com uma evocação que não pode deixar de ser atualizada.

Vamos com o pensamento a Jesuralém, subimos ao Monte das Oliveiras para recalar na capela de Betfagé, que nos lembra o gesto de Jesus, gesto profético, que entra como Rei pacífico, Messías aclamado primeiro e depois condenado, para cumprir em tudo as profecias.Por um momento as pessoas reviveram a esperança de ter já consigo, de forma aberta e sem subterfúgios aquele que vinha em nome do Senhor.

Ao menos assim o entenderam os mais simples, os discípulos e as pessoas que acompanharam ao Senhor Jesus, como um Rei. São Lucas não falava de oliveiras nem de palmas, mas de pessoas que iam acarpetando o caminho com suas roupas, como se recebe a um Rei, gente que gritava: "Bendito o que vem como Rei em nome do Senhor. Paz no céu e glória nas alturas".Palavras com uma estranha evocação das mesmas que anunciaram o nascimento do Senhor em Belém aos mais humildes. Jerusalém, desde o século IV, no esplendor de sua vida litúrgica celebrada neste momento com uma numerosa procissão.

E isto agradou tanto aos peregrinos que o oriente deixou marcada nesta procissão de ramos como umas das mais belas celebrações da Semana Santa.Com a litúrgia de Roma, ao contrário, entramos na Paixão e antecipamos a proclamação do mistério, com um grande contraste entre o caminho triunfante do Cristo do Domingo de Ramos e o "via crucis" dos dias santos.Entretanto, são as últimas palavras de Jesus no madeiro a nova semente que deve empurrar o remo evangelizador da Igreja no mundo."Pai, em tuas mão eu entrego o meu espírito". Este é o evangelho, esta a nova notícia, o conteúdo da nova evangelização. Desde um paradoxo este mundo que parece tão autônomo, necessita que lhe seja anunciado o mistério da debilidade de nosso Deus em que se demonstra o cume de seu amor.

Como o anunciaram os primeiros cristãos com estas narrações longas e detalhistas da paixão de Jesus. Era o anúncio do amor de um Deus que desce conosco até o abismo do que não tem sentido, do pecado e da morte, do absurdo grito de Jesus em seu abandono e em sua confiança extrema. Era um anúncio ao mundo pagão tanto mais realista quanto mais com ele se poderia medir a força de sua Ressurreição.

A liturgia das palmas antecipa neste domingo, chamado de páscoa florida, o triunfo da ressurreição, enquanto que a leitura da Paixão nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo o Senhor.

Fonte:Portal Angels

Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai


João 10,31-42.

Então, os judeus voltaram a pegar em pedras para o apedrejarem.
Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.»
Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'? Se ela chamou deuses àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus e a Escritura não se pode pôr em dúvida a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo, como é que dizeis: 'Tu blasfemas', por Eu ter dito: 'Sou Filho de Deus'?
Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim; mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está em mim e Eu no Pai.»
Por isso procuravam de novo prendê-lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos. Depois, Jesus voltou a retirar-se para a margem de além-Jordão, para o lugar onde ao princípio João tinha estado a baptizar, e ali se demorou. Muitos vieram ter com Ele e comentavam: «Realmente João não realizou nenhum
sinal milagroso, mas tudo quanto disse deste homem era verdade.» E muitos ali creram nele.


Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Bernardo (1091-1153), Monge cisterciense e Doutor da Igreja Sermões diversos, n° 22, 5-6 (a partir da trad. de Brésard, 2000 ans, p. 104 rev)

«Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai; por qual dessas obras Me quereis apedrejar?»

Deves toda a tua vida a Cristo Jesus, visto que Ele deu a Sua vida pela tua e suportou amargos tormentos para que tu não tivesses que suportar os tormentos eternos. [...] Quão doces te hão-de parecer todas as coisas, depois de teres compreendido no teu coração todas as amarguras do teu Senhor! [...] Tanto quanto os céus estão acima da terra (Is 55, 9), assim a Sua vida é mais alta do que a nossa vida e, no entanto, foi dada pela nossa. Tal como o nada não pode ser comparado a nenhuma outra coisa, assim a nossa vida não é proporcional à Sua [...].

Quando eu Lhe tiver consagrado tudo o que sou, tudo o que posso, isso será como uma estrela comparada com o sol, uma gota de água com o rio, uma pedra com uma torre, um grão de areia com uma montanha. Tenho apenas duas pequenas coisas, realmente mínimas: o meu corpo e a minha alma, ou antes, uma única coisinha: a minha vontade. E não a daria eu Àquele que proveu de tantos benefícios um ser tão pequeno como eu, Àquele que, dando-Se completamente, me resgatou inteiramente? Além disso, se guardo para mim a minha vontade, com que cara, com que olhos, com que espírito, com que consciência me poderei refugiar junto do coração, da misericórdia do nosso Deus? Ousaria eu atravessar essa muralha tão forte que guarda Israel, e fazer correr, pelo preço do meu resgate, não apenas umas gotas, mas os jorros de sangue que saem das cinco chagas do Seu corpo?