sábado, 6 de novembro de 2010

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Evangelho do domingo: eternidade, não longevidade


Por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, arcebispo de Oviedo

OVIEDO, sexta-feira, 5 de novembro de 2010 - Apresentamos a meditação escrita por Dom Jesús Sanz Montes, OFM, arcebispo de Oviedo, administrador apostólico de Huesca e Jaca, sobre o Evangelho deste domingo (Lucas 20, 27-38), 32º do Tempo Comum.

* * *

Na companhia de São Lucas, o ano litúrgico vai chegando ao seu fim, e com ele também seu relato da viagem de Jesus a Jerusalém, término da sua vida terrena. Por isso, o tema que nos acompanhará nestes três últimos domingos do nosso ano cristão será o da passagem à vida nova.

É possível que algumas pregações sobre os "novíssimos" (morte, juízo, eternidade) tenham sido inadequadas, gerando mais um pânico temeroso que uma esperança serena. A Igreja, fiel à herança do seu Senhor, não pretende acurralar a liberdade do homem entre medos e ameaças. Porém, não é por isso que vai se calar sobre o destino feliz ou infeliz que nos aguarda na terra definitiva, nesse lar do Pai Deus no qual Jesus nos preparou uma morada.

Mas não é a mesma coisa acreditar na vida eterna e acreditar na vida longa, e hoje se pratica um frenético culto à vida longa, com toda uma ascética, quase religiosa: academia, dietas, tratamentos... Tudo isso, certamente, é bom, mas deixa de sê-lo quando esmaga o horizonte existencial do homem, quando reduz a estima e a paixão pela vida a uma questão de estética ou de cosmética. Confundir a felicidade com uma fórmula antirrugas ou com uma dieta emagrecedora é trocar a eternidade pela longevidade, a casa de Deus pela academia, a adesão à vida inteira pelo apego à juventude.

Haverá um momento de grande verdade para todos, um momento no qual se veri-ficará (fazer a verdade) nossa vida: o momento da morte. Então, despidos de posses e de interesses criados, poderemos veri-ficar aquilo que São Francisco dizia: "Somos o que somos diante de Deus, nem mais, nem menos" (Admoestação 19).

A eternidade já começou para nós com a vida. Somos imortais. Viver tendo presente esse momento significa viver com a vontade de não querer improvisá-lo como quem se resiste frente a um encontro indesejado, mas inevitável. O importante é viver no cotidiano sendo o que somos na mente e no coração de Deus, isto é, realizando seu projeto, seu desígnio sobre nós, seu plano sobre todos e cada um.

Nosso coração exige de nós que as coisas mais belas, as mais amadas - começando pela própria vida e pelo próprio amor - não tenham ocaso. Este é nosso destino feliz, bem-aventurado e abençoado, que já começou, ainda que não tenha chegado à sua plena manifestação.

(ZENIT.org)

Eu ouvi Deus

Outro dia eu levantei chateado já pensando nos inúmeros problemas que eu tinha para resolver naquele dia, um gosto amargo na boca, dores pelo corpo e uma angústia esquisita me invadia a alma e dizia que eu não havia dormido bem.

Eu não tinha idéia de "por onde começar"...

Quando sai para a rua fui surpreendido por um dia maravilhoso, um sol "gostoso" iluminava um céu azul quase sem nuvens, e eu tive a impressão de que Deus queria falar comigo.

Continuei caminhando e nas árvores da praça perto de casa, dezenas de passarinhos cantavam alegres e disputavam alimentos com uma barulheira festiva, e senti que Deus queria falar comigo.

Olhei para as flores daquele Jardim e me lembrei de Jesus falando aos antigos:

(Lc 12:27) "Olhai os lírios no campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.", e mais uma vez senti que Deus queria falar comigo.

Angustiado com meus problemas que pareciam ser os mesmos sempre, parecia que eu nunca iria sair daquele círculo de aflições, quando percebi que minhas pernas estavam me levando por todos os lugares que eu queria, mesmo sem eu ordenar nada, que meus braços eram fortes e eu poderia utilizar essa força para o trabalho, e que meu cérebro possuía ainda um raciocínio muito rápido, e mais uma vez percebi que Deus queria falar comigo.

Percebi então, quanto tempo eu estava perdendo amando quem não me amava, trabalhando onde não me sentia feliz, fazendo coisas somente para agradar quem nunca mereceu, desejando coisas que eu nem sabia se me fariam felizes, buscando um Deus da guerra para vencer meus inimigos, quando Deus é só amor.

Então compreendi que a felicidade está onde nós estamos, onde está o nosso coração e nesse dia eu ouvi Deus.

Autor: Paulo Roberto Gaefke

«Arranjai amigos com o dinheiro desonesto»

Lucas 16,9-15
«E Eu digo-vos: Arranjai amigos com o dinheiro desonesto, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco também é infiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao dinheiro desonesto, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.» Os fariseus, como eram avarentos, ouviam as suas palavras e troçavam dele. Jesus disse-lhes: «Vós pretendeis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. Porque o que os homens têm por muito elevado é abominável aos olhos de Deus.



Comentário ao Evangelho do dia feito por São Gaudêncio de Brescia depois de 406, bispo Sermã
o 18; PL 20, 973-975 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p. 442)



«Arranjai amigos com o dinheiro desonesto»

Esses amigos que nos obterão a salvação são evidentemente os pobres porque, segundo a palavra de Cristo, será Ele mesmo, autor da recompensa eterna, a colher neles os serviços que a nossa caridade lhes tiver prestado. Desde logo os pobres acolher-nos-ão bem, não em seu próprio nome mas em nome d'Aquele que neles prova o fruto refrescante da nossa obediência e da nossa fé. Aqueles que conseguem realizar esse serviço de amor serão recebidos nas moradas eternas do Reino dos céus, visto que Cristo lhes dirá: «Vinde, benditos de Meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer, tive sede e destes-Me de beber» (Mt 25, 34). [...]

E, por fim, o Senhor acrescenta: «Se não fordes dignos de confiança nos bens dos outros, quem vos confiará o que é vosso?» Com efeito, nada do que existe neste mundo nos pertence verdadeiramente. Porque nós, que esperamos a recompensa futura, somos convidados a conduzir-nos na terra como hóspedes e como peregrinos, para que possamos dizer ao Senhor com segurança: «Diante de Ti sou como um estrangeiro, um hóspede, como os meus antepassados» [Sl 39 (38), 13].

Mas os bens eternos pertencem realmente aos crentes. Estão no céu, onde sabemos que estão «o nosso tesouro e o nosso coração» (Mt 6, 21), e onde – é nossa íntima convicção – vivemos desde já pela fé. Porque, de acordo com o ensinamento de São Paulo, «a cidade a que pertencemos está nos céus» (Fl 3, 20).

domingo, 31 de outubro de 2010

Zaqueu, desde depressa



Lucas 19,1-10
Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessava a cidade. Vivia ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe de cobradores de impostos. Procurava ver Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. Correndo à frente, subiu a um sicómoro para o ver, porque Ele devia passar por ali. Quando chegou àquele local, Jesus levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa.» Ele desceu imediatamente e acolheu Jesus, cheio de alegria. Ao verem aquilo, murmuravam todos entre si, dizendo que tinha ido hospedar-se em casa de um pecador. Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: «Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém em qualquer coisa, vou restituir-lhe quatro vezes mais.» Jesus disse-lhe: «Hoje veio a salvação a esta casa, por este ser também filho de Abraão; pois, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.»

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Teresa do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, Doutora da Igreja Carta 137, à sua irmã Celina (in OC, Cerf DDB 1992, p. 452)

«Zaqueu, desde depressa»

Jesus juntou-nos, se bem que por caminhos diferentes; juntas nos elevou acima de todas as coisas frágeis deste mundo, de todas as coisas que passam; por assim dizer, colocou todas as coisas debaixo dos nossos pés. Como Zaqueu, nós subimos a uma árvore para ver Jesus. Então poderíamos dizer como São João da Cruz: «Tudo é meu, tudo é para mim, a Terra é minha, o Céu é meu, Deus é meu e a Mãe do meu Deus é minha». [...]

Celina, que mistério é a nossa grandeza em Jesus! Eis tudo o que Jesus nos mostrou ao fazer-nos subir à árvore simbólica de que eu falava há pouco. E agora, que ciência irá Ele ensinar-nos? Não nos ensinou já tudo? Ouçamos o que Ele nos diz: «Apressem-se a descer, hoje tenho de ficar em vossa casa». Pois é! Jesus diz-nos para descermos. Mas para onde devemos descer? Celina, sabe-lo melhor do que eu, mas deixa-me dizer-te para onde devemos agora seguir Jesus. Outrora, os judeus perguntaram ao nosso divino Salvador: «Mestre, onde moras?» e Ele respondeu-lhes: «As raposas têm as suas tocas, as aves do céu os seus ninhos e Eu não tenho onde reclinar a cabeça» (Mt 8,20). Eis para onde devemos descer para podermos servir de morada a Jesus: sermos tão pobres que não tenhamos onde reclinar a cabeça.