sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas

Mateus 22,34-40
Constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» Jesus disse lhe: Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Papa Bento XVI Encíclica «Deus caritas est», § 18 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)

«Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas»

A necessária interacção entre o amor a Deus e o amor ao próximo [...]. Se na minha vida falta totalmente o contacto com Deus, posso ver no outro sempre e apenas o outro, e não consigo reconhecer nele a imagem divina. Mas, se na minha vida negligencio completamente a atenção ao outro, importando-me apenas ser «piedoso» e cumprir os meus «deveres religiosos», então definha também a relação com Deus. Neste caso, trata-se duma relação «correcta», mas sem amor. Só a minha disponibilidade para ir ao encontro do próximo e demonstrar-lhe amor me torna sensível também diante de Deus. Só o serviço ao próximo abre os meus olhos para aquilo que Deus faz por mim e para o modo como Ele me ama. Os Santos — pensemos, por exemplo, na Beata Teresa de Calcutá — hauriram a sua capacidade de amar o próximo, de modo sempre renovado, do seu encontro com o Senhor eucarístico, e vice-versa, este encontro ganhou o seu realismo e profundidade precisamente no serviço deles aos outros. Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas, ambos vivem do amor preveniente com que Deus nos amou primeiro. Deste modo, já não se trata de um «mandamento» que do exterior nos impõe o impossível, mas de uma experiência do amor proporcionada do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é «divino», porque vem de Deus e nos une a Deus, e, através deste processo unificador, nos transforma em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja «tudo em todos» (1 Cor 15, 28).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro


Mateus 22,1-14

Tendo Jesus recomeçado a falar em parábolas, disse-lhes: «O Reino do Céu é comparável a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram comparecer. De novo mandou outros servos, ordenando-lhes: 'Dizei aos convidados: O meu banquete está pronto; abateram-se os meus bois e as minhas reses gordas; tudo está preparado. Vinde às bodas.’ Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio. Os restantes, apoderando-se dos servos, maltrataram-nos e mataram-nos. O rei ficou irado e enviou as suas tropas, que exterminaram aqueles assassinos e incendiaram a sua cidade.
Disse, depois, aos servos: 'O banquete das núpcias está pronto, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes.’ Os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos aqueles que encontraram, maus e bons, e a sala do banquete encheu-se de convidados. Quando o rei entrou para ver os convidados, viu um homem que não trazia o traje nupcial. E disse-lhe: 'Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele emudeceu. O rei disse, então, aos servos: 'Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.’ Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Gregório Magno (c. 540-604), papa e Doutor da Igreja Homilias sobre o Evangelho, nº 38

«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9)

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de Quem o salmista afirmava: «Ó Deus, dai o Vosso juízo ao rei e a Vossa justiça ao filho do rei» (71, 1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei Seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a Sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18, 5-6). [...]Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois uma segunda vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do Seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.«Mas eles, sem se importarem, foram um para o seu campo, outro para o seu negócio»; ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores Daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei Seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]Mas vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Deixar tudo para seguir a Cristo

Mateus 19,23-30
Jesus disse, então, aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.» Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Pedro Damião (1007 - 1072), eremita e depois Bispo, Doutor da Igreja, Sermão 9; PL 144, 549-553 ( a partir da trad. Delhougne, Les Péres commentent p. 499)

Deixar tudo para seguir a Cristo

Na verdade, é uma grande coisa «deixar tudo», mas ainda é ainda mais importante «seguir a Cristo» porque, como aprendemos através dos livros, muitos deixaram tudo mas não seguiram a Cristo. Seguir a Cristo é a nossa tarefa, o nosso trabalho, e nisso consiste o essencial da salvação do homem, mas não podemos seguir a Cristo se não abandonarmos tudo o que nos bloqueia. Porque «Ele sai, a percorrer alegremente o seu caminho, como um herói» [Sl 19 (18), 6] e ninguém pode segui-Lo carregado com um fardo.


«Nós deixámos tudo e seguimos-Te», diz Pedro, não apenas os bens deste mundo mas também os desejos da nossa alma. Porque quem continua apegado, nem que seja a si mesmo, não abandonou tudo. Mais ainda, não serve de nada deixar tudo à excepção de si mesmo, porque não há para o homem fardo mais pesado que o seu eu. Que tirano será mais cruel, que senhor será mais impiedoso para o homem do que a sua própria vontade? [...] Por consequência, é necessário que deixemos os nossos bens e a nossa vontade própria se que queremos seguir Aquele que não tinha sequer «onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58) e que veio «não para fazer a [Sua] vontade, mas a vontade d'Aquele que [O] enviou» (Jo 6, 38).



Nessa imagem, vemos o Camelo passando pela porta sem nada sobre ele e outro a direita com o camelo abaixado tirando de cima as mercadorias. Para o Camelo entrar na Cidade era necessário ele passar pela porta chamada agulha e passar sem nada sobre ele, porque ele já era alto e não passaria pela porta com a carga sobre ele.
O que nos ensina a palavra de Deus, é que para entrarmos no reino de Deus, precisamos deixar as coisas que nos impossibilitam de entrar pela porta. Precisamos estar livres, sem mágoas, sem ganância, sem cobranças, e tudo mais que tem nos travado.
Fica esse convite no dia de hoje.

imporão as mãos sobre os doentes e eles serão curados

(cf. Mc 16, 18)
A fé é o melhor remédio contra o medo.


Você é portador da benção de Deus para o seu irmão e sua irmã.
A Palavra de Deus diz:
"Imporão as mãos sobre os doentes e eles serão curados"

Deus te dá autoridade para você agora poder hoje orar pela sua família, amigos e pessoas que te pedem oração.
As vezes as pessoas que conhecemos não acreditam mais, estão sem esperança, sem motivação, estão presas em si mesmas, em palavras de derrota, de impossibilidade.
Hoje sua missão é dizer que assim como você essa pessoa tem um Deus do Impossível, o comodismo, a crise no relacionamento, parece que cega e amordaça os filhos de Deus. Mas vc pode ter uma mente transformada, uma mente curada, uma mente positiva, que encontra saidas em Deus, na FÉ, na Esperança.
Ore, convide seus amigos, sua família para orar, e diga pra você e pra essa pessoa, Deus está no controle, Deus te ama profundamente e quer você plenamente feliz.

Tome Posse Hoje das promessas de Deus.

Papa recorda que o céu não é um lugar físico


CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 16 de agosto de 2010 - "Deus é tão grande que também tem lugar para nós", em "corpo e alma", afirmou ontem o Papa Bento XVI, explicando o significado da festa da Assunção.

O Pontífice presidiu, pela manhã, a Missa na paróquia pontifícia de Castel Gandolfo, onde se encontra para seu descanso de verão anual.

Durante a homilia, quis aprofundar no sentido desta festa, que se celebra desde o século IV, apesar de que foi somente em 1º de novembro de 1950 que Pio XII definiu solenemente o dogma da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma ao céu.

Maria, explicou o Papa, "se insere até tal ponto no mistério de Cristo, que é partícipe da Ressurreição do seu Filho completamente já no final da sua vida terrena; vive o que nós esperamos no final dos tempos".

"Todos nós hoje somos bem conscientes de que, com o termo 'céu', não nos referimos a um lugar qualquer do universo, a uma estrela ou a algo parecido", mas sim "a algo muito maior e difícil de definir com nossos limitados termos humanos".

"Com este termo, 'céu', queremos afirmar que Deus, o Deus que quis ficar perto de nós e não nos abandona nem sequer na morte e muito além dela, tem um lugar para nós e nos dá a eternidade; queremos afirmar que em Deus há um lugar para nós", explicou o Papa aos presentes.

Esta realidade tem um pálido reflexo na memória que as pessoas guardam dos seus seres queridos: "Poderíamos dizer que neles continua vivendo uma parte dessa pessoa, mas é como uma sombra, porque também esta sobrevivência no coração dos próprios entes queridos está determinada a acabar".

"Deus, no entanto, não passa nunca e todos nós existimos por razão do seu amor. Existimos porque Ele nos ama, porque Ele pensou em nós e nos chamou à vida. Existimos nos pensamentos e no amor de Deus."

"É o seu amor que vence a morte e nos dá a eternidade, e é esse amor que chamamos de 'céu': Deus é tão grande que também tem lugar para nós", acrescentou.

Mas, além disso, esclareceu, não somente a alma está destinada à eternidade, mas também o corpo.

Deus "conhece e ama todo o homem, o que somos. E Deus acolhe em sua eternidade o que agora, em nossa vida, feita de sofrimento e amor, de esperança, de alegria e tristeza, cresce e chega a ser. Todo o homem, toda a sua vida, é tomada por Deus e, purificada nele, recebe a eternidade".

Portanto, afirmou o cristianismo "não anuncia somente certa salvação da alma em um impreciso além, no qual tudo o que neste mundo nos foi querido seria apagado, mas que promete a vida eterna, 'a vida do mundo futuro': nada do que é precioso e querido se arruinará, e sim encontrará plenitude em Deus".

"Oremos ao Senhor para que nos faça compreender quão preciosa é toda a nossa vida aos seus olhos", concluiu o Papa.


(ZENIT.org)