quinta-feira, 8 de julho de 2010

Curai os enfermos, ressuscitai os mortos

Mateus 10,7-15.
Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsaios demónios. Recebestes de graça, dai de graça. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento. Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, procurai saber se há nela alguém que seja digno, e permanecei em sua casa até partirdes. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se essa casa for digna, a vossa paz desça sobre ela; se não for digna, volte para vós. Se alguém não vos receber nem escutar as vossas palavras, ao sair dessa casa ou dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo: No dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e de Gomorra do que para aquela cidade.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Cromácio de Aquileia (?-407), bispo Sermão 39; CCL 9A, 169-170

«É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo» (Jo 1, 17)

É bom que a nova lei seja proclamada numa montanha, uma vez que a lei de Moisés nos foi dada numa montanha. Uma é composta de dez mandamentos, destinados a formar os homens, tendo em vista a sua conduta na vida presente; a outra consiste de oito bem-aventuranças, porque conduz aqueles que a seguem até à vida eterna e à pátria celeste.

«Felizes os mansos, porque possuirão a terra». Portanto, é necessário ser manso, pacífico na alma e sincero de coração. O Senhor mostra claramente que o mérito dos que o são não é pequeno, quando diz: «Possuirão a terra». Trata-se, sem dúvida nenhuma, desta terra da qual está escrito: «Creio, firmemente, vir a contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos» [Sl 27 (26), 13]. A herança dessa terra é a imortalidade do corpo e a glória da ressurreição eterna. Porque a mansidão ignora o orgulho, não conhece a jactância, desconhece a ambição. Além disso, não é sem razão que, noutra ocasião, o Senhor exorta os Seus discípulos dizendo: «Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito» (Mt 11, 29).

«Felizes os que choram, porque serão consolados.» Não os que choram a perda do que lhes é querido, mas os que choram os seus pecados, se lavam das suas faltas com lágrimas e, certamente, aqueles que choram a iniquidade deste mundo, ou deploram as faltas dos outros.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a Sua messe.


Mateus 9,32-38.
Mal eles se tinham retirado, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio. Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.» Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças.

Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»



Comentário ao Evangelho do dia feito por João Paulo II Mensagem para a 38ª Jornada de oração pelas vocações, 6 de Maio 2001 (trad. © copyright Librerie Editrice Vaticana)

«Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a Sua messe.»

Pai santo, fonte inesgotável da existência e do amor, Que mostras no homem vivo o esplendor da Tua glória, E que depositas no seu coração a semente do Teu apelo, Faz com que ninguém, por negligência nossa, ignore ou perca esse dom, Mas que todos possam caminhar com grande generosidade Para a realização do Teu Amor.

Senhor Jesus, que durante a Tua peregrinação nas estradas da Palestina, Escolheste e chamaste os apóstolos E lhes confiaste a missão de pregar o Evangelho, De apascentar os fiéis, de celebrar o culto divino, Faz com que, também hoje, a Tua Igreja não tenha falta De padres santos que levem a todos
Os frutos da Tua morte e da Tua ressurreição.

Espírito Santo, Tu que santificas a Igreja Com a constante efusão dos Teus dons, Põe no coração dos escolhidos à vida consagrada Uma íntima e forte paixão pelo Teu Reino, Para que, com um «sim» generoso e incondicional, Eles coloquem a sua existência ao serviço do Evangelho.

Virgem Santíssima, tu que sem hesitar Te ofereceste a ti própria ao Todo-Poderoso Para a realização do Seu desejo de salvação, Suscita a confiança no coração dos jovens Para que haja sempre pastores zelosos, Que guiem o povo cristão no caminho da vida, E almas consagradas capazes de testemunhar Pela castidade, a pobreza e a obediência, A presença libertadora do teu Filho ressuscitado. Ámen.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A filha de Jairo e a Mulher doente !







«Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada»



Mateus 9,18-26.
Enquanto Jesus lhes dizia estas coisas, aproximou-se um chefe que se prostrou diante dele e disse: «Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a tua mão e viverá.» Jesus, levantando-se, seguiu o com os discípulos. Então, uma mulher, que padecia de uma hemorragia há doze anos, aproximou se dele por trás e tocou-lhe na orla do manto, pois pensava consigo: 'Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada.’ Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse-lhe: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou.» E, naquele mesmo instante, a mulher ficou curada. Quando chegou a casa do chefe, vendo os flautistas e a multidão em grande alarido, disse: «Retirai-vos, porque a menina não está morta: dorme.» Mas riam-se dele. Retirada a multidão, Jesus entrou, tomou a mão da menina e ela ergueu-se. A notícia espalhou-se logo por toda aquela terra.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos Frades Menores Carta a toda a ordem (a partir da trad. Debonnets et Vorreux, Documents, 1968, p. 124)

«Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada»

Escutai, meus irmãos. Se a Bem-aventurada Virgem Maria é digna de louvor - e é-o com justiça - porque trouxe a Cristo no seu seio bendito, se o bem-aventurado João Baptista estremeceu, não ousando sequer tocar na cabeça sagrada do seu Deus, se o túmulo em que o corpo de Cristo foi encerrado durante algum tempo está rodeado de veneração, quão santo, justo e digno há-de ser aquele que toca a Cristo com as mãos, O recebe na boca e no coração e O dá aos outros em alimento, este Cristo que deixou de ser mortal, mas que é eternamente vencedor e glorioso, que é Aquele que os anjos desejam contemplar.Reparai na vossa dignidade, irmãos sacerdotes, e sede santos porque Ele é santo (1P 1, 16) [...] Grande miséria e miserável fraqueza se, tendo-O assim presente nas mãos, vos entreteis com qualquer outra coisa!Que todo o homem tema, que o mundo inteiro trema, que o céu exulte quando Cristo, o Filho de Deus vivo, Se encontra sobre o altar, entre as mãos do sacerdote. Que grandeza admirável, que bondade extraordinária! Que humildade sublime! O Senhor do universo, Deus e Filho de Deus, humilha-Se pela nossa salvação, a ponto de Se ocultar numa pequena hóstia de pão. Vede, irmãos, a humildade de Deus; prestai-Lhe homenagem no vosso coração. Sede humildes, vós também, para serdes por Ele exaltados. Nada guardeis para vós, a fim de que Aquele que a vós Se entrega por inteiro vos receba por inteiro.