terça-feira, 2 de março de 2010

«Quem se humilhar será exaltado»


Mateus 23,1-12.

1.Dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos,disse: 2.Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. 3.Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem. 4.Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo. 5.Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos. 6.Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. 7.Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. 8.Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos. 9.E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. 10.Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo. 11.O maior dentre vós será vosso servo. 12.Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado.



Comentário ao Evangelho do dia feito por Santa Catarina de Sena (1347-1380), terciária dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa - Diálogos, cap. 4 (a partir da trad. Limiar 1953, p. 37 rev)

[Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe:] Tu pedes-me para Me conhecer e para Me amar, a Mim, a Verdade suprema. Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e a apreciar-Me, a Mim, a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixada no vale da humildade, em ti mesma Me conhecerás. E a este conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário. Nenhuma virtude tem vida em si própria, se a não tira da caridade; ora, a humildade é a ama e a governanta da caridade. No conhecimento de ti mesma tornar-te-ás humilde, dado que verás que não és nada por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido. É devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo Meu único Filho com um tão grande fogo de amor. Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tenha dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si próprio. É então que, com este conhecimento de Mim mesmo, a alma se abrasa com um amor inefável, e é devido a este amor que experimenta uma dor contínua. Não uma dor que a aflige ou a seca (longe de tal, pelo contrário, fecunda-a) mas, uma vez que conheceu a Minha verdade, as suas próprias faltas, e a ingratidão e cegueira do próximo, sente uma dor intolerável. Aflige-se apenas porque Me ama, porque se não Me amasse não se afligiria.

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