terça-feira, 17 de agosto de 2010

Deixar tudo para seguir a Cristo

Mateus 19,23-30
Jesus disse, então, aos discípulos: «Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do Céu. Repito-vos: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino do Céu.» Ao ouvir isto, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: «Então, quem pode salvar-se?» Fixando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível.» Tomando a palavra, Pedro disse-lhe: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade vos digo: No dia da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono de glória, vós, que me seguistes, haveis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos, e muitos dos últimos serão os primeiros.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Pedro Damião (1007 - 1072), eremita e depois Bispo, Doutor da Igreja, Sermão 9; PL 144, 549-553 ( a partir da trad. Delhougne, Les Péres commentent p. 499)

Deixar tudo para seguir a Cristo

Na verdade, é uma grande coisa «deixar tudo», mas ainda é ainda mais importante «seguir a Cristo» porque, como aprendemos através dos livros, muitos deixaram tudo mas não seguiram a Cristo. Seguir a Cristo é a nossa tarefa, o nosso trabalho, e nisso consiste o essencial da salvação do homem, mas não podemos seguir a Cristo se não abandonarmos tudo o que nos bloqueia. Porque «Ele sai, a percorrer alegremente o seu caminho, como um herói» [Sl 19 (18), 6] e ninguém pode segui-Lo carregado com um fardo.


«Nós deixámos tudo e seguimos-Te», diz Pedro, não apenas os bens deste mundo mas também os desejos da nossa alma. Porque quem continua apegado, nem que seja a si mesmo, não abandonou tudo. Mais ainda, não serve de nada deixar tudo à excepção de si mesmo, porque não há para o homem fardo mais pesado que o seu eu. Que tirano será mais cruel, que senhor será mais impiedoso para o homem do que a sua própria vontade? [...] Por consequência, é necessário que deixemos os nossos bens e a nossa vontade própria se que queremos seguir Aquele que não tinha sequer «onde reclinar a cabeça» (Lc 9, 58) e que veio «não para fazer a [Sua] vontade, mas a vontade d'Aquele que [O] enviou» (Jo 6, 38).



Nessa imagem, vemos o Camelo passando pela porta sem nada sobre ele e outro a direita com o camelo abaixado tirando de cima as mercadorias. Para o Camelo entrar na Cidade era necessário ele passar pela porta chamada agulha e passar sem nada sobre ele, porque ele já era alto e não passaria pela porta com a carga sobre ele.
O que nos ensina a palavra de Deus, é que para entrarmos no reino de Deus, precisamos deixar as coisas que nos impossibilitam de entrar pela porta. Precisamos estar livres, sem mágoas, sem ganância, sem cobranças, e tudo mais que tem nos travado.
Fica esse convite no dia de hoje.

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