quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de Meu Pai que está no Céu


João 1,47-51
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse dele: «Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento.» Disse-lhe Natanael: «Donde me conheces?» Respondeu-lhe Jesus: «Antes de Filipe te chamar, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira!» Respondeu Natanael: «Rabi, Tu és o Filho de Deus! Tu és o Rei de Israel!» Retorquiu-lhe Jesus: «Tu crês por Eu te ter dito: 'Vi-te debaixo da figueira'? Hás-de ver coisas maiores do que estas!» E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo por meio do Filho do Homem.»


Comentário ao Evangelho do dia feito por São João da Cruz (1542-1591), carmelita, Doutor da Igreja Conselhos e máximas (a partir dos n.° 220-226 in trad. Seuil 1945, p. 1212 rev.)



Os seus anjos, no Céu, vêem constantemente a face de Meu Pai que está no Céu (Mt 18,10)


Os anjos são os nossos pastores; não só levam a Deus as nossas mensagens, como também trazem até nós as que Deus nos envia. Apascentam-nos a alma com doces inspirações e comunicações divinas; sendo bons pastores, protegem-nos e defendem-nos dos lobos, isto é, dos demónios.


Com as suas secretas inspirações, os anjos possibilitam à alma um conhecimento mais elevado de Deus; inflamam-na assim de uma chama mais viva de amor para com Ele; chegam até a deixá-la ferida de amor [...].


A luz de Deus ilumina o anjo, penetrando-o com o seu esplendor e inflamando-o com o seu amor, porque o anjo é um espírito puro completamente disposto a essa participação divina, mas, ao homem, ilumina-o habitualmente de uma maneira obscura, dolorosa e penosa, porque o homem é impuro e fraco [...].


Quando o homem se torna verdadeiramente espiritual e fica transformado pelo amor divino que o purifica, recebe a união e a amorosa iluminação de Deus com uma suavidade semelhante à dos anjos [...].


Lembrai-vos de como é vão, perigoso e funesto exultarmos com tudo o que não seja serviço de Deus, e considerai a tamanha infelicidade dos anjos que exultaram e se comprazeram com a sua própria beleza e seus próprios dons naturais; pois foi esse o motivo por que alguns deles caíram, privados de toda a beleza, no fundo dos abismos.

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