quarta-feira, 15 de julho de 2009

Por que devemos cultivar a esperança?

Uma reflexão sobre a carta encíclica “Spe Salvi” de Bento XVI

Olhando o mundo que vivemos hoje constatamos uma dramática crise existencial, onde o homem se depara diante do espelho e não consegue mais reconhecer a sua própria identidade, quem ele é, de onde ele vem, se o que ele faz tem sentido e para onde ele se destina.
O homem moderno cresce no conhecimento da ciência, da tecnologia, no desenvolvimento intelectual, socio-cultural e político, mas se perde fatalmente no conhecimento de si próprio.

A visão teológica e analítica do Papa Bento XVI em sua carta Encíclica “Spe Salvi”, aponta para a terrível catástrofe que a cultura globalista e as iniciativas políticas inovadoras, mas sobre tudo anticristã, vem transformando o mundo atual em uma fanática cultura sombria de morte, empurrando assim o homem para um vale escuro, ausente de luz e da verdade. Os reais valores que diz respeito à dignidade do homem, como a “moral” e a “fé”, estão se tornando apenas ruínas na nossa vida, escombros de uma identidade perdida que deveria ser preservada pela “fé”e pela “esperança” muito bem explicada pelo papa nesta encíclica Spe Salvi. Uma vez que o homem perde este referencial “que é a sua identidade”, ele perde também a direção da sua vida, o sentido de viver, entrando assim em um grande desespero onde nem mesmo Deus justifica sua existência. Bento XVI refere-se a um pensamento de Santo Agostinho, que parece ser um dos seus autores prediletos que, “quem está longe de Deus também está longe de si mesmo, alienado de si mesmo, e só pode encontrar a si mesmo se se encontra com Deus”, S. Agostinho. Isto explica o grau de desespero que se encontra a humanidade. A distância de Deus equivale, portanto, à distância de si mesmos.
«“Tu estavas, certamente, diante de mim, mas eu me havia afastado de mim mesmo e não me encontrava»“
S. Agostinho

Sem fé e sem esperança como explica Bento XVI nesta encíclica Spe Salvi, é impossível para o homem chegar ao seu destino. Em outras palavras; sem Deus o homem deixa de existir, pois a nossa existência só tem finalidade em Deus.
“Somente em Deus o homem consegue chegar a seu verdadeiro eu, sua verdadeira identidade.” Bento XVI

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